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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Wallim promete cinco reforços, mas descarta Kleber e Thiago Ribeiro


O vice de futebol do Flamengo, Wallim Vasconcellos, abriu o jogo e conversou com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em sua sala, na sede do clube da Gávea, na noite de terça-feira. Sem fugir de nenhuma pergunta, mas com direito a alguns despistes, o dirigente falou sobre o conturbado momento vivido pelo Rubro-Negro, praticamente eliminado do Campeonato Carioca de maneira precoce, de contratações e avisou que a porta de saída do clube está aberta para quem estiver insatisfeito. Depois de uma conversa com o técnico Jorginho, ele rechaçou qualquer possibilidade da contratação do atacante Kleber pelo Flamengo. Outro procurado pelo clube, o também atacante Thiago Ribeiro, atualmente no Cagliari, da Itália, foi mais um descartado.

- O Kleber não tem chance. Não é um jogador que o Jorginho queira. Não estava jogando lá no Grêmio. O Kleber e o Thiago Ribeiro, nenhum dos dois está em pauta - afirmou o dirigente.

Mesmo com a negativa de Wallim, na última quinta-feira, o diretor de futebol Paulo Pelaipe foi a São Paulo para negociar com representantes dos atletas, que formaram a dupla de ataque do Cruzeiro em 2009 e 2010. Quanto ao nome de Marcelo Moreno, que não vem sendo relacionado no Tricolor gaúcho, Wallim afirmou, sem a mesma ênfase, que não há tratativa em curso para trazer o centroavante, que tem um salário acima dos padrões do clube da Gávea.

- Com o Moreno, não tem nada conversado - limitou-se a dizer.
Segundo Wallim, o Flamengo busca cinco reforços para a sequência da temporada. Além de dois atacantes, o clube também pretende contratar um lateral-direito, um zagueiro e um meio-campista.

O vice de futebol garantiu que dias melhores virão para os torcedores do clube.

- Peço que aguentem um pouco as chacotas dos adversários que a hora deles vai chegar.

Confira a íntegra da entrevista com Wallim Vasconcellos:Motivo de gozação dos adversários, os torcedores do Flamengo ganharam a garantia de que dias melhores virão, e em breve.

Time modesto: risco calculado?
- Estamos passando por uma reestruturação no clube, e o futebol tem que passar também. Fizemos um bom primeiro turno, mas não esperávamos um segundo tão ruim. O trabalho está começando, trouxemos alguns atletas que temos certeza de que vão render, pois estão se adaptando por voltar da Europa, mas vamos trazer algumas peças e temos certeza de que teremos um bom desempenho.

Mudança na comissão técnica
- Acho que aconteceria com o Dorival Júnior (a queda de rendimento). A opção de mudar foi uma questão financeira. O Dorival não foi demitido, o contrato dele foi rescindido. Trata-se de um excelente profissional, assim como o Jorginho. Temos que analisar o motivo dessa queda, estamos fazendo isso, e a gente vai resolver esses problemas rapidamente.

Reforços
- Temos conversado bastante, eles (Pelaipe e Jorginho) estão fazendo avaliações do elenco e já me passaram quais são as posições que precisamos contratar e estamos trabalhando nos nomes que o Jorginho indicou. Serão de quatro a cinco atletas, mais para cinco. Temos que ter elenco. Não temos como prometer um grande ídolo, mas estamos tentando. Não é fácil, não tem tantos jogadores disponíveis. Serão jogadores que cheguem para o time titular, para títulos. Dos reforços que estão no Brasil, nós esperamos trazer no final dos estaduais, e os do exterior dependerá da janela.

Comprometimento
- A gente tem que construir um time com a cara do Flamengo. É o que eu, o presidente e toda a diretoria desejamos, jogadores comprometidos. Precisamos voltar a ter identidade, ter um time com a raça e o orgulho de vestir a camisa do Flamengo. Tem que suar sangue, comer grama e correr. Quem não quiser, as portas estão abertas, não tem problema nenhum.

Alívio financeiro
- Eu acho que o que vai mais nos ajudar é a credibilidade que hoje temos nos bancos, fornecedores, governo estadual, municipal e federal. As dívidas em atraso, renegociamos, foram aceitas e estão sendo cumpridas. Renegociamos impostos e isso é o maior ativo que nós podemos ter para montar um projeto para trazer um grande jogador e mostrar que o que for vendido para o investidor vai ser cumprido. Temos nossos patrocinadores e, em breve, virão outros. Agora tem também o sócio-torcedor.

Sócio-torcedor
- É fundamental que a torcida do Flamengo compre esse projeto. Sempre falamos que quem vai tirar o Flamengo dessa situação, não será só uma boa gestão, mas a torcida. O programa foi iniciado e é fundamental que acreditem no projeto para voltarmos a ter um time que nos dê bastante alegria. Ele será aperfeiçoado ao longo do tempo.

Fundo de investimento
- Um projeto que está sendo tocado pelo Langoni (Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central). É um fundo ou uma empresa em que os investidores aplicam o recurso, adquirem os direitos econômicos dos atletas e os colocam no Flamengo para depois serem revendidos. Geralmente atletas jovens, com 24 ou 25 anos, e com potencial de ajudar o clube a ter um bom desempenho. No fim, os atletas podem ser vendidos ou o clube comprá-los. Já tem muita gente interessada e imaginamos algo em torno de R$ 20 milhões para esse fundo. O Flamengo já foi procurado por alguns investidores que comprariam atletas indicados pelo próprio Flamengo.

Jogador apalavrado
- Temos um jogador apalavrado. É um excelente reforço, mas apalavrado é uma coisa, assinado é outra. Já tivemos dois jogadores apalavrados no fim do ano passado e em cima da hora roeram a corda. Um era o Vargas, hoje no Grêmio, o outro eu não estou me lembrando (NR: Wellinton, também do Grêmio, foi o outro).

Kaká
- Interesse no Kaká sempre existe, mas primeiro temos que saber se ele quer retornar ao Brasil, segundo quanto o Kaká quer receber, e terceiro quanto o Real Madrid quer para liberá-lo. Com essas três coisas, o resto está resolvido. O Bap (Luiz Eduardo Baptista, vice-presidente de marketing) esteve com ele em um encontro casual em Miami e ele disse que não, que quer permanecer no Real Madrid. No dia em que ele quiser voltar ao Brasil, obviamente, o Flamengo tem interesse e vai tentar viabilizar este projeto, mas não tem conversa nenhuma.

Adidas
- A partir de maio, vai vestir o time, fez um investimento relevante. O Flamengo está na lista dos cinco mais importante do mundo da empresa, ao lado de Real Madrid, Chelsea, Milan e Bayer de Munique. Vai colocar bastante recurso neste ano, estamos utilizando parte desse recurso para pagar os atrasados, renegociar impostos. Quem sabe se ela tivesse interesse, seria um sonho, de trazer um grande ídolo porque iria bater o recorde mundial de venda de camisas. No Flamengo nada é impossível.

Dívidas
- Já abatemos bastante. Renegociamos e retiramos penhoras fiscais, mas não sei precisar quanto foi utilizado. Daria para contratar excelentes jogadores, mas não adianta a gente iludir a torcida trazendo jogadores com salários altíssimos e não pagar os impostos. Estamos quase conseguindo chegar em um equilíbrio, uma regularidade. Com a Certidão Negativa de Débito, abre-se uma porta enorme para a Lei de Incentivo ao Esporte que podemos aplicar nos esportes olímpicos, no CT da base, que a gente já está com os projetos todos prontos. Com isso temos credibilidade.

Ansiedade do torcedor
- A gente sabe que a torcida está ansiosa, mas ninguém fica mais ansioso do que eu, que sou torcedor e dirigente ao mesmo tempo. Imaginam o quanto eu sofro. Mas entendo a torcida. A regularidade é importante para montar um time forte. Eu leio as reclamações pedindo para deixar a CND (Certidão Negativa de Débito) para lá, para contratar a qualquer preço e pagar depois, mas não é assim que a coisa funciona. Você perde patrocinadores, penhora sua receitas, o que hoje não tem mais. Esse lado é importante para organizar o clube e voltar a ter os esportes olímpicos.

Folha salarial
- A redução foi boa, mas esse não é o grande problema. Você precisa ter recurso para pagar os salários. O Flamengo tem que parar com esse negócio de não pagar. Peço que aguentem um pouco as chacotas dos adversários que a hora deles vai chegar. 

Time diferente no Brasileiro
- Não sei se (os reforços) vão estrear no Brasileiro, depende de quando puderem vir os jogadores de fora. Mas o time da estreia já será um pouco diferente, sim.

Dispensas e rescisões
- Rescisão é difícil, porque tem que pagar o salário até o fim. Agora a dispensa pode acontecer, depende da avaliação do Jorginho. Dependendo da situação, nós podemos realizar uma troca com outro clube.

González
- É uma decisão do Jorginho e já avisei a ele: “Você tira e bota quem você quiser, a responsabilidade na escalação é sua”. Ele está fazendo testes.

Ibson
- O Ibson é cria do Flamengo, é Flamengo. O salário dele é o de menos. A questão é se o Jorginho o tem nos planos. Se tiver, ele vai ficar no Flamengo.

Carlos Eduardo
- O Jorginho falou que ele vai jogar bola. Na primeira jogada boa que ele fizer, ele vai arrebentar. Estamos confiando muito nele. Ninguém esquece de jogar bola.

Libertadores 2014
- É uma prioridade, com certeza. Estar na Libertadores é como um título. Eu trocaria o título do Campeonato Brasileiro pelo da Copa do Brasil. O Brasileiro é muito mais difícil. Jogando a Libertadores, você vai subindo de patamar, contrata jogador melhor, que nem o Corinthians fez. Temos que ter uma base.

Alex Silva x torcida
- Isso não tem muito como controlar. No passado, eles tiveram alguns atritos. É um atleta de qualidade, ficou muito tempo sem jogar, isso também demanda um tempo para a parte técnica voltar, mas ele não esqueceu de jogar futebol. Tem que ver a melhor maneira de tratar isso. Em uma situação dessas, só ele pode mudar. Vaia acontece. Se ele tiver excelente atuação, a vaia para. Para mim, o torcedor tem direito de vaiar. Outro dia, eu fui vaiado no Engenhão e tive que acatar. Só não pode agredir. Talvez ele não saiba lidar com a vaia. Ele que vai decidir o que é melhor pra ele, se quer permanecer ou se quer sair.

Caso Felipe
- A gente está trabalhando duro do lado de fora, dando as condições para eles trabalharem, mas eles também têm que dar o retorno. O Pelaipe e o Jorginho tiveram uma conversa com ele e ouviram a versão do jogador, mas explicaram que, na situação que o Flamengo está, não cabe ter esse tipo de atitude. O atleta entendeu, é um excelente goleiro, já salvou o Flamengo várias vezes, mas isso não lhe dá o direito de ter esses tipos de atitude. O episódio está sanado e espero que isso não se repita. É uma relação de mão dupla.

Nota do time
- No primeiro turno, eu daria nota seis, sete, mas no segundo turno foi uma decepção, então eu daria nota um.