Ponto final melancólico para o Fluminense na Série A-2013. Vai ser difícil explicar para as gerações futuras de tricolores como, pela primeira vez na história, o então campeão brasileiro foi rebaixado à Série B logo no ano seguinte. Mas, ainda que desagradável, há explicação. Não adiantou nem vencer o Bahia por 2 a 1, de virada, tamanho foi o mau desempenho ao longo da competição. A ironia ainda resolveu aparecer, porque a confirmação do rebaixamento se deu justamente quando o Flu fez o segundo gol.
O desempenho do time na Itaipava Arena Fonte Nova, em Salvador, não foi muito diferente do que apresentado durante o Brasileirão inteiro. Um time adormecido durante a maior parte do tempo, com a sensação de que poderia sair da zona de rebaixamento a qualquer momento, que acordou tarde. O campeonato acabou, o tempo também, e o Fluminense foi rebaixado.
O Tricolor não engrenou no Brasileiro. Nem neste domingo, nem durante a passagem dos outros dois que antecederam Dorival Júnior no cargo de técnico (Abel Braga e, principalmente, Vanderlei Luxemburgo). Se não fosse por Diego Cavalieri, o Bahia teria saído do jogo com muito mais do que um gol marcado.
Para onde foram os guerreiros? Além de aposentados e vendidos, até o capitão, por exemplo, saiu de cena por uma lesão na coxa e perdeu a maior parte da competição. Da arquibancada da Fonte Nova, Fred, aos 22 minutos do primeiro tempo, balbuciou o início do capítulo final do rebaixamento do Fluminense: "Gol do Coritiba, gol do Coritiba". O time paranaense, aquele mesmo que pagou o preço pela salvação do Flu em 2009, era um dos alvos da secação tricolor. Não deu certo.
Mas a queda não é culpa do Coxa. É culpa de um time cujo primeiro tempo foi sem criação, sem dinamismo e com marcação deficiente, que deu espaço para Marquinhos descer pela esquerda e deixar William Barbio na boa para abrir o placar a favor dos donos da casa - que fizeram um carnaval na arquibancada, diga-se de passagem.
Só então, com todos os fatores contra, o Fluminense conseguiu sair da inércia e engatinhar em uma reação no segundo tempo. Rafael Sobis, oásis de disposição e vontade durante a competição, começou a jogada pela direita que terminou com o toque de Wágner para o gol.
O Fluminense continuou brigando e pressionando o tranquilo Bahia, que há uma rodada conseguiu a tão cobiçado fuga da degola. E até que o time conseguiu a virada, com Samuel, aos 37 minutos da etapa final. Mas como nesse exato momento a vitória do Coxa foi confirmada sobre o São Paulo, nada adiantou. Depois de 15 anos, o Fluminense está de volta à Série B.
BAHIA 1 X 2 FLUMINENSE
Local: Itaipava Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data/Hora: 8/12/2013, às 17h
Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa-RS)
Auxiliares: Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Rafael da Silva Alves (RS)
Cartões amarelos: Talisca (BAH); Igor Julião (FLU)
Gol: William Barbio 41'/2ºT (1-0); Wágner, 10'/2ºT (1-1); Samuel, (37'/2ºT)
Renda/Público: R$ 732.290,00 / 40.249 pagantes
BAHIA: Marcelo Lomba, Fabrício Lusa, Titi (Feijão, 44'/1ºT), Demerson e Raul; Fahel, Rafael Miranda, Talisca e Marquinhos Gabriel (Diones, 13'/2ºT); William Barbio (Wangler, 24'/2ºT) e Fernandão. Técnico: Cristóvão Borges.
FLUMINENSE: Diego Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Leandro Euzébio e Igor Julião (Samuel, intervalo); Edinho, Jean, Wágner e Kenedy (Robert, 20'/2ºT); Biro Biro (Rafinha, 34'/2ºT) e Rafael Sobis. Técnico: Dorival Júnior.