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domingo, 1 de abril de 2012

Liedson encerra jejum e Corinthians vence

Liedson comemora o primeiro gol na vitória do Corinthians / Fernando Calzzani/Futura Press

Liedson marcou dois gols, encerrou o jejum de gols e foi o destaque do Corinthians na vitória por 3 a 0 sobre o Oeste, neste domingo, fora de casa. Os anfitriões atuaram com um a menos desde a metade do primeiro tempo e não conseguiram segurar o Timão, que assume provisoriamente a liderança do Paulistão. 



O Corinthians começou a partida pressionando e mantendo a posse de bola. Embalado pelos brados do treinador Tite, o Timão não deixava seu adversário jogar, mas faltava criatividade para que as oportunidades surgissem.

Aos nove minutos Emerson teve aquela que seria a melhor oportunidade da primeira etapa. O atacante corintiano recebeu bom passe de Liedson dentro da área e bateu firme de pé esquerdo, mas o goleiro Zé Carlos, bem posicionado, conseguiu evitar o gol.

O que se viu no decorrer da primeira etapa foi o Corinthians tocando a bola no campo de ataque, mas mostrando muitas dificuldades em furar a retranca da equipe de Itápolis. A aposta foi nos chutes de longa distância, com Emerson, aos 28 minutos, e Liedson aos 43, mas em ambas ocasiões faltou pontaria e a bola foi para fora.

O Oeste ainda facilitou o domínio corintiano. Aos 32 minutos de jogo, Neno, que já havia recebido o cartão amarelo por uma entrada dura em Emerson, atropelou Paulinho e recebeu o vermelho. Na cobrança da falta, Castán desviou de cabeça e a bola passou muio perto da meta de Zé Carlos.

Mesmo com um homem a mais, o Timão não conseguiu encontrar os espaços e quase sofreu um duro castigo no último minuto, quando a bola sobrou para Marcinho dentro da área. O atacante do Oeste demorou para dominar a bola e permitiu o corte de Castán, que garantiu o 0 a 0 no intervalo.

Na volta para a segunda etapa, mais domínio corintiano. Logo aos 3 minutos Emerson desviou cobrança de escanteio na segunda trava e viu Zé Carlos fazer mais uma excelente intervenção. Valente, o Oeste ameaçava subir ao ataque, e acabaria pagando por isso.

Pouco depois, na marca dos 9 minutos, saiu o gol do Corinthians. Douglas cobrou escanteio curto para Emerson, que cruzou da esquerda. Liedson desviou e abriu o placar, quebrando o jejum que já durava 13 jogos.

Não restou alternativa para o Oeste que não fosse jogar ofensivamente em busca do empate. Ele quase veio aos 13 minutos, quando Marcinho perdeu uma chance incrível, cara a cara com Julio César. A iniciativa, entretanto, deixou espaços para os contragolpes corintianos ,o que foi percebido por Tite: o treinador identificou a oportunidade, colocou o veloz Willian no lugar de Douglas e colheu os frutos pouco depois.

Aos 18 minutos Liedson puxou contra-ataque fulminante e lançou Willian em profundidade. O atacante só teve o trabalho de bater rasteiro, na saída de Zé Carlos, marcando o segundo de sua equipe e complicando de vez a situação do adversário.

A partir do segundo gol, a equipe do técnico Roberto Cavalo já não teve mais forças para fazer frente ao adversário. O Corinthians assumiu o controle total da partida e passou a jogar no campo de ataque e criar inúmeras chances. Liedson, Willian e Gilsinho estiveram em condições de marcar o terceiro, mas faltou precisão nas finalizações. Mas o camisa 9 corintiano realmente queria acabar com a seca em grande estilo, e aos 44 minutos recebeu livre dentro da área e marcou seu segundo gl, dando números finais à partida.

Na próxima rodada, penúltima da primeira fase da competição, o Corinthians recebe o Paulista no Pacaembu, às 16hrs do domingo. Já o Oeste encara o o Bragantino, no Nabi Abi Chedid, às 18h30 do próximo sábado.

OESTE  0 X 3 CORINTHIANS

Local: Eduardo José Farah, Presidente Prudente (SP)
Data/hora: 1/4/2012 - 16h
Arbitro: Aurélio Santana Martins (SP)
Assistentes: Reinaldo dos Santos (SP) e Claudson Beggiato (SP)
RENDA/PÚBLICO: Não disponíveis
CARTÕES AMARELOS: Neno (OES); Chicão (COR)
CARTÕES VERMELHOS: Neno, 32'/1ºT (OES)
GOLS: Liedson, 9'/2ºT (0-1); Willian, 18'/2ºT (0-2); Liedson (44'/2ºT)

OESTE: Zé Carlos; Neno, Fabrício, Éder Lima e Fernandinho; Adriano, Paulo Vitor (Serginho - 24'/2ºT), Dionísio (Abuda - 34'/2ºT) e Vanderson; Marcinho e Everton (Assizinho - intervalo).Técnico: Roberto Cavalo

CORINTHIANS: Julio César; Edenílson, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas (Willian - 15'/2ºT) e Danilo (Ramirez - 29'/2ºT); Emerson Sheik (Gilsinho - 32'/2ºT) e Liedson. Técnico: Tite.

Com reservas, Santos bate a Lusa no Canindé

Dimba marcou o segundo gol do Santos na vitória sobre a Lusa  / Divulgação/Santos

Mesmo com o time reserva, o Santos venceu a Portuguesa por 2 a 0 neste domingo, no Estádio do Canindé. Apesar do baixo nível técnico da partida, o Peixe conseguiu o quarto triunfo consecutivo, desde a derrota para o São Paulo e subiu para a terceira posição na tabela de classificação, enquanto a Portuguesa ainda corre risco de rebaixamento.

O primeiro tempo da partida começou com a Portuguesa pressionando o Santos, chegando bastante ao ataque, ainda que sem ameaçar o gol de Aranha. Demorou para o Peixe se estabelecer e equilibrar a posse de bola.

No entanto, quando houve o equilíbrio,  a qualidade do jogo não melhorou. Foram poucas as chances de ambas as equipes. O time reserva escalado por Muricy Ramalho pareceu desentrosado, principalmente na defesa, que bateu cabeça e permitiu a chegada da Lusa.

Se a defesa não se acertou, o ataque muito menos. Raramente as jogadas iniciadas foram concluídas. As perdas de bola aumentaram no decorrer da partida e o Peixe não conseguiu finalizar para tentar ao menos assustar o goleiro Calaça, da Lusa.

A chance mais perigosa da partida surgiu com a Portuguesa. Aos 30 minutos, Ananias carregou pela intermediária, abriu espaço e chutou para o gol, Aranha deu um leve desvio na bola e mandou para escanteio, porém o árbitro não viu.

Não houve melhora no jogo nos 15 minutos finais e a primeira etapa terminou em 0 a 0, deixando muito a desejar em relação á qualidade técnica.

Na volta do intervalo, o duelo pareceu caminhar para a mesma monotonia da etapa anterior. Mas logo aos quatro minutos, Elano bateu escanteio e Rafael Caldeira subiu mais do que todos na grande área para cabecear para o gol e abrir o placar no Canindé: 1 a 0 Santos.

Com a melhora na partida, as equipes ficaram mais soltas e o Peixe foi mais ao ataque. Aos 13 minutos Felipe Anderson fez bela jogada pela esquerda, entrou na área, tirou de Calaça e tocou para Dimba só rolar para o fundo do gol: 2 a 0 para o time visitante.

Aos 18 minutos, Diego Souza cruzou rasteiro da esquerda para a grande área, danilo deixou a bola passar e Henrique, sozinho, chutou para o gol, mas Aranha defendeu de forma espetacular e evitou que a Lusa diminuísse o placar.

Os dois gols tomados pela Portuguesa, fizeram com que a equipe comandada por Jorginho fosse mais ao ataque, dando o contra ataque ao Peixe, que já estava satisfeito com o resultado.

Muricy Ramalho acertou o posicionamento de sua equipe na segunda etapa e o setor foi o responsável por evitar que as tentativas da Lusa, apesar de ineficientes, tivessem sucesso. Os lance tentados pelo time de Jorginho foram chutes da intermediária, que nem chegaram às mãos de Aranha.

Dessa forma, o Santos administrou o resultado construído na primeira metade da segunda etapa e conquistou mais uma vitória na competição. O time ainda subiu para a terceira posição na tabela, ultrapassando o Palmeiras. Já a Portuguesa ainda corre o risco do rebaixamento e permanece na 15ª posição na tabela.

No próximo sábado, a Portuguesa recebe o Linense no Canindé, ás 18h30, já no próximo domingo, o Santos duela contra o São Caetano, no Anacleto Campanella, às 18h30.


PORTUGUESA 0 x 2 SANTOS

Local: Canindé (SP)
Data/Hora: 1/4/2012 – 16h
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Luis Alexandre Nilsen (SP) e Vitor Carmona Metestaine (SP)
Renda/público: R$126.370,00/ 3.811 pagantes
Cartões Amarelos: Boquita (POR); Alan Kardec (SAN)
GOLS:  Rafael Caldeira, 4'/2°T (0-1); Dimba, 13'/2°T (0-2)

PORTUGUESA: Calaça; Luis Ricardo, Gustavo, Renato e Ivan; Léo Silva, Guilherme, Boquita (Diego Souza, aos 9'/2°T) e Henrique (Maylson, aos 18'/2°T); Ananias e Ricardo Jesus (Danilo, aos 16'/2°T). Técnico: Jorginho.

SANTOS: Aranha; Rafael Caldeira, Bruno Rodrigo e Vinicius Simon; Maranhão, Adriano (Anderson Carvalho, aos 36'/2°T), Elano, Felipe Anderson (Breitner, aos 42'/2°T) e Paulo Henrique; Dimba (Rentería, aos 32'/2°T) e Alan Kardec. Técnico: Muricy Ramalho.

Com dois de Love, Flamengo bate o Bangu

Love foi o nome da partida com dois gols na vitória sobre o Bangu / Alexandre Loureiro/VIPCOMM
O Flamengo fez contra o Bangu o que o técnico Joel Santana tanto demandou nos últimos dias: venceu. A decisão do treinador de não poupar ninguém neste domingo ajudo o time a conseguir pelo menos fazer uma boa apresentação no primeiro tempo em Macaé e dois gols, através dos pés de Vagner Love. Sergio Junior descontou para o time de Moça Bonita.

A vitória foi boa não só por levantar a auto-estima rubro-negra, mas também por deixar bem encaminhada a classificação para as semifinais do segundo turno (assumiu a liderança provisória do Grupo A, com 15 pontos). Já o Bangu continua como nove pontos na tabela e corre o risco de perder a vice-liderança do Grupo B para o Fluminense.

Artilheiro do Amor resolve a parada

Em sua prece antes do apito inicial, Ronaldinho contemplou acima dele o vôo de um urubu sobre o Moacyrzão. Sinal de boas energias a caminho da equipe rubro-negra. E de fato foi, já que o Flamengo começou a partida pressionando o adversário e finalizando muito - seis chutes em 15 minutos.

O time montado por Joel Santana, sem Luiz Antônio (suspenso), apresentava grande volume de jogo e movimentação. A opção por utilizar Deivid como segundo atacante, do jeito que ele gosta, se mostrou acertada. Com o ataque fluindo, o gol não demorou muito a sair. Após ótima tabela com Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love invadiu a área e marcou seu nono gol nesta temporada.

Enquanto isso, o Bangu se limitava a tentar explorar um contra-ataque ou outro. Alguns foram até perigosos, diga-se. Mas o problema foi que o Fla não quis devolver a mesma liberdade que o próprio Bangu dava em seu campo de defesa. Aliás, que campo era esse em Macaé. Tenebroso!

Mas não se pode dizer que o gramado foi o grande culpado do gol perdido por Ronaldinho Gaúcho, quase na pequena área. Relaxamento? Soberba? Desejo de repetir os feitos de Deivid? O mistério seguirá por um bom tempo na cabeça do camisa 10 rubro-negro. Sorte dele que Vagner Love tratou logo de fazer seu segundo gol na partida, depois de ótimo passe do camisa 9, o que fez a torcida no estádio esquecer o lance bisonho.

Salvo um chute de longe de André Barreto quase no fim, o Bangu foi para o intervalo em dívida. Já o Flamengo, com crédito de sobra. Afinal, dominou quase todo o primeiro tempo, apresentando diferentes maneiras para chegar até a meta adversária e um Vagner Love decisivo.

Fla se acomoda e  é pressionado
O time da Zona Oeste do Rio voltou determinado a não largar tão facilmente do sonho de se classificar para as semifinais da Taça Rio. Logo aos dois minutos, Almir quase marcou na primeira oportunidade do Bangu na etapa final. Mas a trave e Felipe evitaram o que seria um gol de falta.

As chances do Bangu foram se multiplicando na mesma proporção que os passes errados do Flamengo, que mostrou no retorno dos vestiários uma acomodação incrível - reflexo do placar construído no primeiro tempo. Até os reservas, que deveriam estar no aquecimento, pouco se mexiam. Parecia que as lições do empate e da derrota para o Olímpia, pela Copa Santander Libertadores, não foram totalmente aprendidas.

Joel Santana percebeu isso e resolveu promover a entrada de Kleberson, no lugar de Muralha. Mas o cenário pouco se alterou e o Bangu conseguiu finalmente marcar. Thiago Galhardo cruzou, a zaga rubro-negra vacilou e Sergio Junior mandou para o fundo das redes, de cabeça. Depois do gol, foram pelo menos outras duas boas chances de empatar.

O Flamengo só acordou do sono após cobrança de falta de Ronaldinho Gaúcho - logo ele, o rei da insônia. Empolgado pela vontade do companheiro, Vagner Love também voltou a incomodar. Mas nada que ampliasse a vantagem no placar. Pelo menos, o Bangu ficou mais preocupado com a defesa, parou de atacar tanto e, assim, não conseguiu empatar. Melhor para Joel Santana, que não poupou e venceu em Macaé.

FICHA TÉCNICA

FLAMENGO 2X1 BANGU

Local: 
Moacyrzão, em Macaé (RJ)
Data-Hora: 1/4/2012 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ)
Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (RJ) e Rodrigo Henrique Correa (RJ)
Renda/Público: Não divulgado
Cartões amarelos: Oliveira, Fernando Lopes e Raphael Azevedo (BAN)
Gols: Vagner Love - 17'/1ºT (1-0) e 34'/1ºT (2-0); Sergio Junior - 29'/2ºT (2-1)

FLAMENGO: Felipe; Leo Moura, Welinton, Marcos González e Junior Cesar; Willians, Muralha (Kleberson - 23'/2ºT), Darío Bottinelli (Magal - 39'/2ºT) e Ronaldinho Gaúcho; Deivid (Diego Maurício - 31'/2ºT) e Vagner Love - Técnico: Joel Santana.

BANGU:
 Willian Alves; China, Raphael Azevedo, Fernando Lopes e Renan Oliveira; Oliveira (Gabriel Galhardo - Intervalo), André Barreto, Thiago Galhardo (Luciano - 44'/2ºT) e Sergio Junior; Almir e Fabinho (Gedeílson - Intervalo) - Técnico: Cleimar Rocha.

Volante Marcelo Oliveira admite frio na barriga por primeiro clássico mineiro

Jorge Gontijo/EM/D.APress
O volante Marcelo Oliveira disputará, no próximo domingo, seu primeiro clássico mineiro. O jogador, que veio do Corinthians, é experiente em duelos com rivalidade acirrada, mas admite o frio na barriga pela primeira partida contra o Atlético, vestindo a camisa do Cruzeiro.

”Todo jogo tem um friozinho na barriga, quando acabar esse friozinho, acabou o prazer de jogar futebol. Sempre tem que haver essa ansiedade”, disse Marcelo.

”É mais um clássico, já joguei vários clássicos paulistas, joguei Atletiba também. Agora é um grande clássico, estou feliz de poder ter essa chance de participar. Tomara que a gente consiga uma vitória”, completou o volante. 

Marcelo vê o Cruzeiro em um bom momento, entrosado e agudo no ataque. A despeito disso, o volante prega pés no chão para o clube manter o ritmo e superar o Atlético.

”A gente tem que continuar com os pés no chão e humildade, não ganhamos nada. É mais um jogo difícil, é um clássico. Vamos começar a semana bem, para fazer um grande jogo no domingo”.

Zagueiro Alex Silva desembarca em Confins nesta segunda-feira, às 10h

AFP PHOTO DDP/ ROLAND MAGUNIA                                                                                                          A segunda-feira será de folga para os jogadores, na Toca da Raposa II, mas não para os dirigentes. A diretoria celeste aguarda o zagueiro Alex Silva, novo reforço, para realizar exames médicos e assinar contrato de empréstimo até o fim da temporada, cedido pelo Flamengo.

Alex desembarcará no Aeroporto de Confins às 10h e seguirá direto para a Toca da Raposa II. A apresentação do reforço ainda não está definida, mas deverá ocorrer na terça-feira, quando os demais atletas voltam às atividades. 

Na última sexta-feira, Alex demonstrou alegria por vestir a camisa do Cruzeiro e revelou que aceitou reduzir seu salário pela metade para jogar pelo clube celeste. O atleta ganhava R$ 275 mil no Flamengo e receberá aproximadamente R$ 135 mil na Toca da Raposa II.

”O Cruzeiro não está pagando o mesmo valor que o Flamengo pagava. Tenho consciência que meu salário no Flamengo era alto. Confesso que aceitei reduzir o valor pra vestir a camisa do Cruzeiro. Meu salário atual é um pouco menos da metade do que eu ganhava no Flamengo”.

Zico torce por Adriano no Fla, mas vê dois problemas: cabeça e tendão

Zico (Foto: André Durão / Globoesporte.com)      As chuteiras só saem do armário para as peladas. O joelho já não é o mesmo há algum tempo. Mas, à espera de uma entrevista com Zico no CFZ, percebe-se logo: fora de campo, continua o fominha - no bom sentido - dos tempos da camisa 10 rubro-negra. Dita o jogo nos mínimos detalhes. Alegra-se com o coco a ser levado para casa, marca o conserto de uma tubulação, preocupa-se com as meias do time do filho Junior, vibra com a chegada de mais um neto, providencia um cafezinho e pede a lavagem do uniforme do Zico Escola 10, equipe montada para exibição em locais que recebem a nova escolinha do Galinho.
O projeto de parceria põe no campo da educação de 150 a 300 crianças em cada área escolhida. Na mesa em seu escritório no CFZ, no Rio de Janeiro, Zico exibiu orgulhoso a logomarca Z10, ao lado de miniaturas do seu tempo de jogador. Já são, segundo o Galinho, quase 3 mil crianças atendidas em 10 UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), indo da Mangueira a São Luiz do Piraitinga e Piquete, no Vale do Paraíba. No bye-bye Brasil, quase 25 mil. O ídolo lembrou: falta ainda o Complexo do Alemão. E se divertiu quando perguntado da escalação do time.
- É uma seleção. Marcelo Leite no gol, Leandro Ávila, Junior Baiano, Edinho e Jorginho Paulista (ou Athirson); Valber, Djair, Beto (sem cachaça) e eu; Thiago e Claudio Adão. Tem ainda Sorato, Donizete, Gelson Baresi. Aílton, uma galera legal...
Na seleção dos peladeiros, Zico coordena, orienta, joga. Fora de campo, virou torcedor nas horas vagas do comando do Iraque. Torce para Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, assumir a presidência da CBF, após 23 anos de poder de Ricardo Teixeira. Otimista em classificar o Iraque para a Copa do Mundo no Brasil, elogia a atuação do ex-desafeto Romário como deputado federal. No coração rubro-negro, mesmo magoado com a política do clube, Zico torce também para Adriano, outro homem-gol, dar a volta por cima no Flamengo. Mas vê duas dificuldades pela frente.
- Primeiro tem que recuperar o problema do tendão de Aquiles. Não adianta recuperar a cabeça se não recuperar o tendão. Agora, são dois problemas, e graves. Eu, como amigo e fã, torço para que consiga isso (...) Na vida todo mundo merece outra chance. Eu sou suspeito pra falar porque gosto muito dele. Como torcedor, como amigo... Acho que o Adriano é um cara decisivo. Até já disse isso, mas vou repetir: é o único jogador, a meu ver, que poderia ganhar a Copa para o Brasil. Mas já vi muito jogador ter problema no tendão de Aquiles e depois sofrer com a recuperação..
Ex-diretor de futebol do Flamengo e atualmente rompido com a presidente Patrícia Amorim, Zico afirmou que não há a menor chance de ser candidato ao lugar dela em uma chapa organizada por Marcio Braga. Recordou-se de história do tempo de jogador com o querido amigo Chico Anysio, que deixou o país mais triste com sua morte em 23 de março. E sobre as vaias da torcida rurbro-negra a Ronaldinho Gaúcho, lembrou conselho recebido quando jovem por um conhecido Mestre Ziza, um dos maiores medalhões da história do clube e do futebol mundial, e a postura de um certo Deus da Raça.

- A torcida do Flamengo sempre foi assim. Eu também fui vaiado, no início da minha carreira, em 1976. Ela quer empenho,  luta. Você pode não estar jogando nada, mas exige que você sue a camisa, brigue... Isso eu aprendi com o Zizinho. Certa vez, ele me disse: "Tem dias que a bola não dá legal, bate aqui, bate ali, quica, vai na canela. Então, meu filho, sai correndo que nem louco lá dentro do campo, briga, que daqui a pouco você entra no jogo."  É só lembrar do Rondinelli, a raça com que ele jogava... - afirmou o Galinho, torcendo para R10 ser feliz no clube com a mesma camisa que o consagrou.
Abaixo, veja a entrevista.
Está otimista com a classificação do Iraque para a Copa de 2014 no Brasil?
Zico: Estou, sim. Muito. Acho que dá.
Qual é a grande dificuldade?
Eles não jogam um campeonato competitivo, né? Os jogos de eliminatória é que são fortes mesmo... Dois jogadores atuam no Irã... No Irã é mais forte. No Qatar, o campeonato não é tão forte. No Iraque, é muito fraco.
Lá no Iraque, você recebeu críticas por não ter ido a Bagdá...
Mas não dá para ir. Quando vou, tem que ter carro blindado, vidro fumê, segurança, helicóptero. Imagina uma pessoa normal... Reclamam que eu não vou e não jogo lá, mas lá não tem CT, estádio em condições, a Fifa proíbe jogos. Mas esse tipo de coisa eu só falo em entrevistas ao vivo, para que não peguem só uma frase e as minhas declarações sejam deturpadas. A imprensa criticou uma vez quando eu disse que jogaria pelo empate porque só precisava de um ponto para garantir a classificação. Cobram que tem de vencer sempre. Mas quando demos uma goleada de 7, não apareceu ninguém na coletiva. Nenhum repórter. Só vão quando é para criticar.
E o próximo grupo, que tem Austrália e Japão?
É complicado, mas o outro é mais perigoso. Estou otimista.
Sobre a volta de Adriano ao Flamengo... Você lhe daria nova chance?
Se ele não tivesse tido o problema do tendão de Aquiles, eu o traria para fazer uma tentativa. Ele só com o problema do peso. Essa questão do tendão... Isso é uma coisa muito séria. Você tem que availiar, porque agora não é só a questão de recuperá-lo na parte profissional. Tem que recuperar da parte do atleta. Na vida todo mundo merece outra chance. Eu sou suspeito para falar porque gosto muito dele. Como torcedor, como amigo... Eu acho que o Adriano é um cara decisivo. Já disse isso, quando o Corinthians o pegou, mas vou repetir: é o único jogador, a meu ver, que poderia ganhar a Copa para o Brasil. Mas antes de ter o problema do tendão de Aquiles. Já vi muito jogador ter esse problema no tendão de Aquiles e depois sofrer com a recuperação. O tendão de Aquiles é o peso. Por que está surgindo essa história de "vai operar de novo"? Tem que ver isso. Em 2006, quando teve aquela história de acharem que Adriano e Ronaldo não poderiam jogar juntos, eu falei: "Pô, manda um pra mim, aqui no Japão!"
Como avaliou a postura dele no Corinthians de não se tratar direito? De ter faltado a 67 sessões de fisioterapia?
Claro que isso não foi legal. Se não fosse contra isso, seria contra tudo que apregoei e sempre fiz como profissional. Esse tipo de conduta não é bom nem pro Adriano nem pra ninguém.
Ainda há jeito de se mudar isso?
É muito difícil. Mais do que há quatro anos. Primeiro, tem que recuperar o problema do tendão. Não adianta recuperar a cabeça se não recuperar o tendão. Agora, são dois problemas, e graves. Eu, como amigo e fã, torço para que ele consiga isso. É a força de vontade que conta. O cara querer. Tudo isso que fala, apregoa... Gosta do Flamengo, se sente bem no clube... Se quer mais uma oportunidade, é a hora.
O apoio da torcida ajuda?
Ajuda, e muito. Dá uma tranquilidade grande. Mas hoje, o maior problema é a contusão. E quem está lá é que vai decidir.
Agora, a paciência que a torcida mostra com o Adriano não é a mesma com o Ronaldinho, vaiado algumas vezes...
Mas a torcida do Flamengo sempre foi assim. Eu também fui vaiado, no início da minha carreira, em 1976. Ela cobra empenho,  luta. Você pode não estar jogando nada, mas ela quer que você sue a camisa, brigue... Isso eu aprendi com o Zizinho. Certa vez, ele me disse: "Tem dias que a bola não dá legal, bate aqui, bate ali, quica, vai na canela. Então, meu filho, sai correndo que nem louco lá dentro do campo, briga, daqui a pouco você entra no jogo. Ele era treinador do América. Eu ia lá, tinha 15, 16 anos, foi ele quem inventou o número 1 no meio-campo, no América, com o Edu. E me dizia. "Olha, joguei lá, vai pensando nisso. Flamengo é isso, é aquilo..." E também é só lembrar do Rondinelli, a raça com que ele jogava.
Falta isso ao Ronaldinho?
Ah, não sei, não estou aqui para julgar ninguém. O que estou dizendo é que o Flamengo é assim. Eu torço para que ele seja feliz no Flamengo. Para que devolva o investimento feito por ele. A recepção da torcida do Flamengo mostra isso. O esforço da diretoria para trazê-lo foi muito grande. O mínimo que você pode dar é tentar corresponder dentro do campo. E tem que responder com atos jogando bola e com atos como profissional. É isso que a torcida só cobra.
Qual a sua opinião sobre a cartilha feita pelo Jairo dos Santos aos jogadores, que a fizeram virar uma gaivota de papel?
No mundo de hoje que a gente vive, qualquer coisa feita assim só vai servir para motivo de piada. Só o fato de já ter um negócio desse... No Brasil estamos muito atrasados nisso. Muito. Uma das coisas que eu conversei no último almoço com o Ricardo Teixeira foi justamente isso. Queria saber por que estávamos tão atrasados, essa coisa de o Brasil precisar ficar concentrado 50 dias. A Holanda, que estava com todas as suas mulheres na última Copa, saindo, passeando, chegou lá e ganhou. Expliquei para ele que o Flamengo com o Carlos Alberto Torres como técnico, em 1983, chegava meio-dia na concentração para jogar às cinco da tarde. Ia lá e ganhava. Enquanto você não der responsabilidade aos jogadores, tratar o jogador que nem criança, ele não vai saber fazer nem o check-in.
Sobre a garotada do Flamengo, com Muralha, Luiz Antônio, Thomás... O que está achando?
Em alguns casos, como o do Thomás, o lançamento está sendo prematuro. Mas a garotada é boa, acompanhei de perto quando estava lá. Ainda tem o Adryan, o Rafinha, que teve o problema da fratura...
E a mágoa da diretoria do Flamengo. Passou?
Claro que não! Como passou se ainda sou alvo de uma investigação no clube?
O Marcio Braga quer uma frente que apoie o seu nome para disputar as eleições para a presidência...
Sem chance. Em nenhum momento ele falou disso comigo. Não fui consultado em nada. Fiquei sabendo pela imprensa. Tenho contrato com o Iraque até 2014 e existe um planejamento para continuar até 2018.
De uma presidência a outra... Vê alguém capacitado para a da CBF? E esse movimento de ex-jogadores? O Ronaldo já falou que aceitaria, o Paulo André...
O Carlos Alberto Torres é um nome forte. Pela experiência dele aqui, no exterior, personalidade forte. O Ronaldo, por enquanto, é pelo nome, não pela experiência que tem. Acho que tem que ser alguém do futebol. Se puder, com experiência em outro setor. Administração, presidência, diretoria... E conhecer ali os métodos. O importante na CBF é saber delegar poderes. Em cada área você não entende de tudo. Só  acho que, em todo movimento a respeito de futebol, se pensa no ex-jogador. Futebol não é só ex-jogador. Tem ex-preparador físico, ex-técnico, ex-médico, ex-fisioterapeuta. Sempre critiquei na CBF - e não foi agora, que o Ricardo está saindo, há muito tempo fazia isso e fui muito criticado - ela ser uma entidade do futebol e não ter ninguém do futebol lá dentro. Numa entrevista, o Paulo André disse: "Pô, vamos entregar isso para quem não é do futebol?" Pô, mas quem está deixando não era do futebol!. E ninguém pergunta isso... O cara que ficou 23 anos não era do futebol e ninguém diz isso! Tem um monte de vice-presidentes, mas sempre da política. O vice-presidente pode até ter passado pelo futebol, mas é político.
O Marín foi jogador mas não está lá por ter sido jogador...
Passou pelo futebol, mas foi governador (de São Paulo). Assim como o Nabi Abi Chedid... Então, eu acho que não é o caso de ter um cara jogador, mas do futebol. Não tem isso lá. Quando fui secretário, a única entidade que não me apoiou lá foi justamente a do futebol. E o trabalho que eu fiz, e graças a Deus deu certo, não visou ao futebol, mas ao esporte. Na natação, tive a maior vitória. Foi o esporte que mais desenvolveu. Ficou com o primeiro patrocínio que eu consegui, o dos Correios. Direto. Coaracy Nunes fez um belo trabalho, com muitos recordes e tudo. E sabe como começou isso? O presidente dos Correios era Flamengo doente. De repente, me chamou lá e disse o seguinte: "Olha só, com tantas alegrias que você me deu, quero te ajudar em alguma coisa. No que posso te ajudar?" Na mesma hora, liguei para o Coaracy e pedi para ele ir a Brasília acertar tudo. E o Coaracy era aquele presidente que me ligava todo dia...
Você não se vê na presidência da CBF?
Eu não. Capacitado eu estou. Mas não me vejo nessa função. Depois que acabar meu tesão pelo futebol, pelo profissional do futebol... A prole está crescendo. Tenho que ficar com eles. Estou cada vez mais dedicando meu tempo à família. Aliás, vocês vão ficar sabendo... Vou ser avô de mais um...
Existe uma preocupação sua, antiga, com os atletas e ex-atletas de futebol...
A gente está reativando a Agap. Tivemos um encontro com o Eduardo Paes. Isso foi deixado às traças. Agora, com o Deley e o Romário lá...
Como avalia a atuação do Romário como deputado?
Ele tá legal, fazendo o trabalho dele. Eu o esperava atuante, como está. Crítico... Pode até pagar um preço alto por isso. Passei por essa situação como secretário, vi de perto. O cara estando atuante vê as coisas. E não tendo o rabo preso com ninguém, expõe. Pode ser prejudicial para a hora que precisar de alguma coisa lá na frente, esses caras monopolizam demais, têm aqueles grupos... Mas acho que algumas das críticas que fez foram pertinentes, de coisas que só quem está lá dentro pode falar com mais segurança.
Considera a saída de Ricardo Teixeira um divisor de águas do futebol brasileiro?
Não vejo isso não. É uma oportunidade, daquilo que eu disse, da transparência. Acho que o Ricardo já estava começando a querer fazer a transparência. Viu que, com tudo o que fez, acabou ficando sozinho. Aquela velha história: enquanto está bem, com o poder, todo mundo fica do seu lado. Quando começa a perder um pouquinho, os caras começam a te deixar sozinho. A gente na vida está sempre aprendendo. Dava para sentir, de uns anos para cá, a fisionomia cada vez mais cansada, mais entregue, mais triste. Ele viu que essas coisas todas... Acabou tendo que se comprometer com um monte de gente... Você não pode ter uma entidade rica e os clubes de pires na mão.. Fico à vontade para falar porque fui o primeiro a contestar isso desde que começou a Copa do Brasil. É uma competição importante. Mas da maneira que começou... Era um caça-níquel. A gente ia para Blumenau, saía seis horas da manhã, chegava no Rio às nove da noite. Aí falei: "Vem aqui ver o que é bom!" Muitas mudanças foram acontecendo graças a isso.
O país perdeu recentemente um dos homens mais brilhantes e inteligentes, e você perdeu também um grande amigo. Fale-nos um pouco de sua relação com Chico Anysio.
Chico não era só um ícone e craque no humor, mas também escrevendo, comentando, compondo. Era um artista completo. Seus mais de 200 personagens nos divertiram muito. Ele foi um amigo que fiz. Por muitas vezes eu e boa parte dos jogadores do Flamengo íamos aos shows dele. Eu tinha um desses em fita. No tempo em que morei no Japão, eu, Sandra e meus filhos não perdíamos a "Escolinha do Professor Raimundo". Recebiamos com uma semana de atraso os episódios e adorávamos matar as saudades. Estamos todos em casa muito tristes com a sua morte. Vou guardar dele boas histórias e lembranças.
Conte-nos uma das boas...
Quando ainda era um menino, o Bruno Mazzeo, filho dele, me ligou pedindo jogos em fitas para poder treinar narração. O sonho dele era ser locutor. Separei um monte de jogos e dei a ele. Isso me aproximou mais do Chico. Pouco depois ele me ligou agradecendo e queria me presentear. O encontro foi marcado num dia de jogo do Nova Geração. Chico me levaria o quadro que ele pintou e nós poderíamos conversar sobre futebol. Na noite anterior, recebi uma ligação estranha de mulher com sotaque nordestino. Aí, entrou na linha meu compadre Fagner para explicar: a mulher era um jovem humorista cearense me gozando. Chamava-se Tom Cavalcante, talentoso. O Fagner queria apresentá-lo ao Chico. Falei que ele iria ao jogo do Nova Geração. Assim, promovi o encontro entre Chico e Tom, que em seguida foi trabalhar como assistente de Painho, antes de estourar como João Canabrava. A parceria durou muitos anos, e o Tom Cavalcante acabou se tornando meu amigo também.
Tem história relacionada a futebol?
Sim. Primeiro o Chico foi torcedor do América, e adorava o meu irmão Edu. Depois, virou casaca e passou a torcer pelo Vasco. Muita gente não sabe, mas aquele Flamengo e Vasco do Bujica, em 1989, teve muito a ver com ele. Num comentário para a tevê, disse que aquele Flamengo era um time velho para o Vasco, que tinha Mazinho, Tita, Bismarck, Bebeto e ainda meu ex-companheiro Andrade. Usamos a declaração dele para nos motivar e deu no que deu. Vencemos por 2 a 0 com dois gols do Bujica. Confesso que naquela ocasião fiquei chateado com o Chico, mas depois eu percebi que pesou o coração vascaíno que ele tinha. O Chico vai fazer falta até pelas polêmicas...