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quinta-feira, 15 de março de 2012

Pretendido pelo Fla, Adriano tem desvalorização de 95% em 6 anos



A ascensão e queda de Adriano no mercado da bola é um caso sem paralelo na história recente do futebol mundial. A rescisão contratual no Corinthians por problemas com o técnico Tite e recusa em subir na balança é apenas mais um capítulo de uma história recheada de gols, polêmicas, atitudes pouco profissionais e recomeços. O atacante, que chegou a valer 31 milhões de euros em 2006, deixa o Parque São Jorge com seus direitos econômicos avaliados em 1,5 milhão de euros em 2012.
O próximo destino deve ser o retorno ao Flamengo, que se oferece para abrigá-lo até se recuperar de uma lesão no tendão para, só então, assinar contrato. Esta é a tendência daqui para frente na carreira do atleta, que já foi pretendido por alguns dos principais clubes do planeta. Diante de lesões, falta de profissionalismo e problemas extra-campo, Adriano vem perdendo valor e espaço no mercado a cada temporada.
A trajetória de Adriano rumo ao estrelato começou em 2001. Ainda sem se firmar no Flamengo, foi negociado com a Internazionale de Milão, numa transação que também envolveu outro prata da casa, Reinaldo, para que o clube carioca conseguisse trazer o volante Vampeta. Chegando na Itália, marcou gol logo em sua estreia, em amistoso contra o Real Madrid, mas, no ano seguinte, acabou sendo emprestado à Fiorentina e, em seguida, foi para o Parma, em uma parceria com o clube de Milão que duraria dois anos. Amadureceu, e, no retorno à Inter, já em 2004, fez 15 gols em 16 jogos, se firmando como titular absoluto.
A esta altura, o jogador que deixou a Gávea valendo 7 milhões de euros já tinha seus direitos avaliados em 28 milhões de euros, ou seja, em três anos passou a valer quatro vezes mais. Porém, pouco depois de conduzir a seleção brasileira ao título da Copa América daquele ano, sofreu um grande revés. Um ataque cardíaco matou seu pai. Pretendido até pelo Real Madrid, Adriano chegou a valer 31 milhões de euros em 2006, ano em que começou o seu declínio.

Veja a ascensão e declínio de Adriano em valores

Preço do 'Imperador' cresceu rapidamente na Europa, mas problemas e lesões fizeram com que jogador perdesse valor em poucos anos.
As suas atuações passaram a ser bastante criticadas, os gols foram ficando escassos, o desempenho na Copa do Mundo daquele ano o colocou em atrito com a imprensa brasileira e, no ano seguinte, Roberto Mancini, técnico da Inter, o sacou da equipe, sequer o inscrevendo para a Liga dos Campeões de 2007-2008. Em 2007, os seus direitos econômicos já valiam 22 milhões de euros. Com problemas disciplinares e sem ser aproveitado, o time italiano aceitou emprestar Adriano ao São Paulo por seis meses, o que fez o valor cair ainda mais, para 14 milhões de euros. Ele recuperou a forma, perdeu peso, e em 28 jogos marcou 16 gols. O time, porém, acabou eliminado da principal competição que disputaria, a Libertadores, caindo diante do Fluminense nas quartas de final.
 
O Imperador então voltou à Itália um pouco valorizado, chegou a atuar bem por um curto período, mas logo voltaram os problemas extra-campo, as críticas e o ambiente se tornou insustentável. Falando em encerrar sua carreira no futebol, Adriano rescindiu seu contrato que iria até 2010 com a Internazionale em abril de 2009. Pouco depois, porém, acertou o retorno ao clube que o revelou. O fato fez com que seu valor declinasse ainda mais, para 11 milhões de euros. No Flamengo, teve o que queria. Voltou a se aproximar dos amigos da Vila Cruzeiro e, ao mesmo tempo em que se envolvia em notícias de noitadas, marcava gols em profusão, sendo o artilheiro do time na conquista do Brasileiro daquela temporada, algo que não acontecia há 17 anos.
Ídolo da torcida, em 2010, Adriano não conseguiu repetir o desempenho do ano anterior. Com o Flamengo eliminado na Libertadores e o atacante sendo diversas vezes personagem das páginas policiais, acusado de envolvimento com traficantes da favela onde foi criado, ele acabou deixando novamente a Gávea rumo à Itália. Desta vez, o destino foi a Roma, valendo 9 milhões de euros. Porém, uma série de lesões atrapalhou o seu desempenho e o novo retorno ao Brasil dividiu por três o valor dos seus direitos econômicos.
Com as portas fechadas no Flamengo por Vanderlei Luxemburgo e Patrícia Amorim, Adriano acabou assinando com o Corinthians em março de 2011. Porém, enquanto ainda recuperava a forma para voltar a jogar, sofreu uma ruptura do tendão, ficando seis meses afastados dos gramados após passar por cirurgia. Só voltou a atuar em outubro e seu primeiro gol pelo clube do Parque São Jorge só foi ocorrer em novembro, em vitória sobre o Atlético-MG no Brasileiro. Começou 2012 de forma irregular, com problemas para atingir a forma desejada pela comissão técnica corintiana. Em março, depois de se recusar a subir na balança e entrar em atrito com o técnico Tite, teve o seu contrato rescindido mais uma vez, já passando a valer 1,5 milhão.
O destino, agora, parece ser novamente o Flamengo que, contudo, só pretende assinar compromisso quando o jogador estiver recuperado de outra lesão no tendão. E, possivelmente, o contrato oferecido terá valor abaixo dos R$ 500 mil que recebia em sua passagem pela Gávea em 2009, com metas de premiação por desempenho. Do craque pretendido pelo Real Madrid ao atacante desacreditado até no clube no qual foi criado, Adriano sofreu uma desvalorização de 95% em apenas seis anos. Um caso sem igual na história recente do futebol.
 


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