O Flamengo não bate cabeça só dentro de campo. Fora das quatro linhas, a crise se distribui pelos quatro cantos. O jejum de cinco jogos sem vitória e o flerte com a zona de rebaixamento foram detalhes durante a inauguração do muro dos tijolinhos no Ninho do Urubu, em Vargem Grande.
Depois da festa, o reforço do meia Paulo Henrique Ganso virou tema contraditório entre os dirigentes. A chegada do reforço foi cogitada após a derrota para o Coritiba, mas gerou — e gera — discórdia. O departamento de futebol intensificou conversas, mas o Conselho Fiscal advertiu para o risco financeiro e houve recuo.
Mas o vice de finanças, Michel Levy, em meio ao disse me disse, admitiu que o Flamengo tem dinheiro para ter Ganso e desconhece a desistência.
— Quem vai decidir isso não sou eu, é o (departamento de) futebol. Eu arranjo o dinheiro. Negócio dá para viabilizar. Eu fico em compasso de espera. Pelo que sei, não tem decisão tomada. Nem para o sim nem para o não — disse Levy.
Para ter o meia, o Flamengo estudou incluir os direitos econômicos de Adryan como garantia de pagamento no acordo com a DIS, representante de Ganso. O Santos detém 45% dos direitos, o que, em cifras, são R$ 23 milhões.
— Se for o desejo da comissão técnica e tiver a aprovação dos conselhos, acho que pode ser. Caso a equipe técnica determine, e exista um consenso no clube, existem várias formas. Poderíamos fazer um esforço financeiro sem prejudicar a folha, até porque alguns investimentos vão acontecer — afirmou Patricia Amorim.
O diretor de futebol, Zinho, foi procurado para comentar o assunto, mas estava com a filha na aula de dança e a adolescente foi quem deu o recado de que o pai estava ocupado. Já o vice de futebol, Paulo Cesar Coutinho, deixou o telefone em casa, foi caminhar na orla da praia e não retornou as ligações.
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