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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Kléberson é reintegrado ao elenco do Flamengo: 'Estou feliz de voltar. Agora, tenho que procurar espaço dentro do grupo'

Kleberson Flamengo (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
Na galeria de Kleberson estão gravados títulos pela Seleção Brasileira, como a Copa do Mundo de 2002, Copa América (2004), das Confederações (2009), dois títulos brasileiros, conquistas pelo Manchester United e Besiktas, da Turquia, e mais uma disputa de Mundial na África do Sul. Pelo Flamengo, o jogador participou efetivamente dos títulos do Carioca de 2008 e 2009, mesmo ano em que contribuiu na campanha do hexacampeonato nacional. No início de 2011, sem qualquer comunicado em viva-voz do então técnico Vanderlei Luxemburgo, ele foi avisado que estava fora dos planos. O Penta, como era chamado pelos companheiros de time, sentiu o golpe da surpresa. Mas não foi à lona.
- Foi um momento difícil, complicado. Nunca na minha carreira eu pensei que passaria por uma situação dessa – desabafou o jogador, que tem contrato até o fim do ano.
Kleberson nunca foi marcado como jogador polêmico. Sentido por dentro, contido por fora, seguiu seu caminho, retornou para o Atlético-PR, time que já defendera, mas enfrentou problemas de lesão no ombro e teve um restante de temporada irregular. Sobre o motivo do seu afastamento, o jogador responde:
- Ah, filosofia do Vanderlei, né?! Ele achava que eu não encaixava no grupo que estava aqui. Ele queria colocar jogadores mais novos – afirmou.
Joel Santana reintegrou o jogador ao elenco e disse que dependeria de Kleberson provar que poderá ser utilizado. O volante tem demonstrado vontade nos treinamentos, mas ainda está longe da forma ideal. Sua última partida foi em setembro. O discurso, porém, é de jogador do Flamengo, mesmo que o site oficial do clube tenha retirado a foto de Kleberson do elenco atual.
- Vou devagar, tenho certeza de que uma hora o Joel vai me dar uma oportunidade e eu vou aproveitar da melhor forma possível.
Kleberson sente saudades até mesmo da concentração. Tanto tempo em casa já começa a incomodar. Segundo ele, se torna um chato. Xarope.
Esta é a primeira entrevista de Kleberson em tempos recentes. E com direito a sorrisos do jogador, que sempre teve bom relacionamento com a imprensa carioca.
- Estou com saudades de vocês (jornalistas), sim. O negócio é falar bastante para depois dizer: “Pô, agora me dá uma folga, né?! (risos).”

Como está sendo esse retorno ao Flamengo, a reintegração?
Sempre é bom voltar. Aqui no Flamengo eu fiz muitas coisas boas, várias amizades. Pude, a cada momento que estava aqui, desempenhar o melhor futebol, de alto nível. E estou feliz de voltar. Agora, tenho que procurar espaço dentro do grupo, trabalhar bastante e lutar muito. O mais importante é estar de volta, com os amigos, trabalhando. Cada dia venho treinar feliz, motivado, buscando a minha vaga. O importante é estar preparado para quando tiver uma oportunidade poder agarrar como sempre agarrei no Flamengo.
Como foi o momento que você soube que não seria aproveitado, no início de 2011?
Foi um momento difícil, complicado. Nunca na minha carreira eu pensei que passaria por uma situação dessa. A gente fica até um pouco chateado no começo, mas depois começa a entender a filosofia dos treinadores, do próprio clube. Isso serve de lição para que eu possa continuar a trabalhar cada vez mais forte. Não relaxei, não abaixei a cabeça. Isso que aconteceu na minha vida é pouco, tenho coisas muito boas na minha carreira. Mas serviu de lição para que eu possa trabalhar, procurar o meu espaço e não sinta isso novamente.
Mas como foi a condução do seu afastamento? O que foi falado? O Vanderlei Luxemburgo chegou a conversar com você?
Ah, filosofia do Vanderlei, né?! Ele achava que eu não encaixava no grupo que estava aqui. Ele queria colocar jogadores mais novos. Fui comunicado pelo Isaías Tinoco (gerente de futebol na época). No começo eu fiquei um pouco triste, mas tinha que levantar a cabeça, continuar trabalhando. Serviu para me dar um sacode. Claro que eu queria ter continuado no Flamengo, ter demonstrado que tinha condição de permanecer no grupo, queria ter ajudado, mas a gente tem que relevar a opinão das pessoas, né...
Mesmo diante dessa situação você manteve o profissionalismo, evitou polêmicas e mostra vontade de garoto...
Isso vai muito do profissionalismo, das amizades que eu faço dentro do clube. Se eu saí daqui não foi porque eu sou um atleta irregular ou porque não era de grupo. Foi uma opção do treinador mesmo, que não queria que eu ficasse. Continuei trabalhando, fui para o Atlético Paranaense. Lá, o que eu mais queria era jogar futebol. Infelizmente também não ocorreu da melhor maneira possível, mas são missões que estão na nossa vida. O mais importante é saber que estou tranquilo e trabalhando para recuperar o mais rápido possível a minha forma física para ajudar o Flamengo.
Estava com saudade da bola? Quando foi seu último jogo?
A saudade é grande, faz um bom tempo que não jogo. Eu machuquei em setembro, fiz uma cirurgia no ombro e só agora estou voltando. Ainda não estou no auge da minha forma física e técnica, ainda tenho que melhorar muito. Mas estou feliz, trabalhando, tenho foco, objetivo aqui no Flamengo. Tenho apoio muito grande da minha família, esposa, filhos, ele estão sempre do meu lado, querendo que eu jogue. Vou trabalhar cada dia. O Joel me conhece bem, sabe da minha capacidade. Então vou devagar, tenho certeza de que uma hora vai me dar uma oportunidade, e vou aproveitar da melhor forma possível.
Aos 32 anos, com títulos no currículo, o que ainda busca na sua carreira?
Quero ganhar mais títulos, ainda não ganhei Libertadores nem Copa do Brasil. Disputei dois mundiais, tenho conquistas muito boas na carreira, mas gostaria de ganhar Libertadores, Copa do Brasil, ser campeão brasileiro novamente. Sempre é legal você estar marcando uma história no clube. Meu objetivo este ano é ajudar o Flamengo de todas as formas.
E vai até o fim com essa humildade, como é o Kleberson?
No dia a dia, convivendo com amigos, familiares, a gente aprende bastante coisa. A gente sabe que um dia você está bem, no outro pode estar mal. Não adianta exagerar. Sou uma pessoa tranquila, vitoriosa. Tenho uma ótima família, que torce para mim. Trabalho para eles e para dar alegria à torcida do Flamengo. Tenho pessoas no clube e que confiam em mim. Tenho certeza de que vou poder dar uma resposta a eles.
Da concentração não tem saudade, não é?
Por incrível que pareça, sim (risos). Até minha esposa está com saudade da concentração. Fico muito tempo em casa, e ela sabe que quando estou assim fico meio xarope, meio chato. Jogador em casa não dá certo. Mas é bacana, tenho certeza de que trabalhando devagar, quietinho, minha hora vai chegar.
Saudade da imprensa também? Aí, não é possível...
(Risos). Da imprensa eu não tenho muito, não (mais risos). Graças a Deus me dou muito bem com a imprensa, não tenho nada contra. Vocês trabalham para estudar o futebol, ensinar, ver o que acontece. Faz parte da nossa vida, temos que saber lidar com isso, assim como com os torcedores, quando nos cobram. Mas estou com saudades de vocês (jornalistas), sim. O negócio é falar bastante para depois dizer: “Pô, agora me dá uma folga, né?! (risos)

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