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domingo, 7 de outubro de 2012

Dependente de estrelas, São Paulo tenta amenizar o presente já pensando no futuro

No momento em que um símbolo começa a se despedir do Morumbi, um possível candidato ao posto vive seus primeiros capítulos de uma nova história. A saída do garoto Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain, significa um baque doloroso. A chegada de Paulo Henrique Ganso, o início de um novo ciclo. Com possibilidades remotas de, juntos, fazerem a diferença no gramado, os dois personagens se cruzam na conturbada caminhada do São Paulo, hoje quinto colocado no Brasileirão e que luta, aos trancos e barrancos, para conquistar ao menos a Sul-Americana e não passar 2012 em branco.
Presente: pretensões modestas
Enquanto uma etapa não se encerra e a outra não se inicia, a equipe de Ney Franco procura aliar talentos individuais decisivos com uma tentativa de conjunto até agora malsucedida. O objetivo? Uma vaga na próxima Libertadores, competição cobiçada por todos e que há dois anos o Tricolor não tem a honra de disputar. O futebol apresentado neste ano não inspira e as ambições, consequentemente, se tornam modestas se comparadas com a história de glórias do clube. Sem poder sonhar com um título brasileiro, resta ao São Paulo se apoiar nas genialidades de Lucas e Luis Fabiano para não perder completamente o status de time grande.
A melhor maneira de amenizar o presente é se saindo bem em um grande clássico. No sábado, o Tricolor encara o Palmeiras, pela 28ª rodada do torneio nacional, em partida que pode recolocar a equipe mais próxima do grupo dos quatro primeiros. Mas o Verdão vem animado pela boa sequência e precisa vencer para deixar a zona de rebaixamento. Os comandados de Gilson Kleina, aliás, mostram no momento mais difícil aquilo que a torcida são–paulina tanto cobra dos jogadores do Morumbi: raça.  Se não bastasse a rivalidade presente, o Choque-Rei carrega uma história de equilíbrio e emoções: são 103 vitórias do Tricolor, contra 97 do Verdão, em 82 anos disputas.
E foi justamente contra o Palmeiras que o técnico Ney Franco fez sua estreia pelo Tricolor, no dia 17 de julho, em Barueri. A partida terminou empatada em 1 a 1 e deu início a uma série que, no último domingo, após o empate com o Coritiba pelo mesmo placar, se encerrou com um aproveitamento de 49,1% dos pontos: no comando de Ney, o São Paulo teve oito vitórias, quatro empates e sete derrotas. O aproveitamento não é dos mais empolgantes, até porque a equipe perdeu inúmeras chances de subir para o G-4. O treinador, no entanto, não pode ser responsabilizado por todos os deslizes cometidos. Nas ausências de Lucas, constantemente convocado para a Seleção, e Fabuloso, em batalha contra as lesões, quase ninguém no elenco foi capaz de sair da mesmice, driblar os adversários, enfim, fazer a diferença dentro de campo.
Osvaldo: a grata surpresa
Quase ninguém. Isso porque o baixinho Osvaldo surgiu como uma solução para criar jogadas e compensar a improdutividade do meio-campo, setor em que Jadson deixa muito a desejar. Depois de substituir os dois principais atacantes da equipe em ocasiões diversas, o camisa 17 assumiu a posição de titular ao lado deles, no 4-3-3, atuando pelo lado esquerdo. Ney Franco percebeu que deixar um jogador jovem e em boa fase no banco seria um desperdício. Nos últimos quatro jogos do Tricolor (contra Coritiba, LDU de Loja, Cruzeiro e Portuguesa), Osvaldo participou das jogadas que resultaram em gols.
Outro aspecto que alivia a campanha do treinador é a relativa melhora no sistema defensivo. Apesar do fracasso na tentativa inicial de utilizar o 3-5-2, que aparentemente daria mais consistência à defesa por permitir o apoio livre dos laterais - caracteristicamente ofensivos – a equipe se estabeleceu bem numa armação que privilegia o ataque. O 4-4-2 também não resultou em boas atuações. O melhor era mesmo aproveitar a velocidade de Osvaldo e Lucas, que, além de ofensivos, cumprem hoje uma importante função tática ao marcar a subida dos laterais adversários.
Quando São Paulo e Palmeiras mediram forças em Barueri, uma das maiores preocupações do Tricolor era a bola aérea. O rival, aliás, conta com um dos grandes mestres das cobranças de falta desse Brasileiro, o volante Marcos Assunção. A cautela ainda é necessária, mas já deixou de ser uma situação incômoda. No primeiro turno, os são-paulinos chegaram a ser vazados nesse tipo de jogada em três jogos consecutivos. A equipe ainda tem problemas e não pode sonhar alto no momento. Mas amenizar o quadro, ainda que na dependência dos brilhantismos do trio ofensivo, é possível. Enquanto isso, o são-paulino espera por Ganso e pensa no futuro. Afinal, 2013 tem tudo para ser um grande ano.
 

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