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domingo, 26 de maio de 2013

Após feito histórico em Madri, Filipe Luis encontra nova 'família': a seleção

Definitivamente 2013 é uma temporada de conquistas para Filipe Luis. Titular da lateral esquerda do Atlético de Madrid, ele ajudou a quebrar um dos jejuns mais incômodos da história do clube espanhol: com o triunfo por 2 a 1 na final da Copa do Rei, em 17 de maio, chegou ao fim o martírio de 14 anos sem vitórias sobre o maior rival, o poderoso Real Madrid.
"Eu havia jogado oito clássicos e perdido todos. Da forma como foi, com gols de brasileiros (Diego Costa e Miranda), valendo um título e na casa deles, o Santiago Bernabéu, foi muito especial. Foi espectacular", relembrou o jogador, em entrevista por telefone.
Além do título da Copa do Rei, o Atlético foi o melhor entre os "normais" no Campeonato Espanhol. Ficou em terceiro lugar, atrás do vice Real e do campeão Barcelona, e garantiu vaga na Liga dos Campeões da próxima temporada. "Terei a chance de disputar um jogo da Champions League pela primeira vez. Só havia ficado uma vez no banco, pelo Ajax", relembrou Filipe Luis. Ele credita a boa fase ao clima familiar criado pelo técnico Diego Simeone. "Aqui é uma família. O bom é que se fala tudo na hora, para se resolver logo, para continuarmos juntos no mesmo objetivo."
Da "família Simeone" para a "família Scolari". Convocado para a Copa das Confederações, com início em junho, Filipe Luis espera encontrar na seleção brasileira o mesmo clima que desfruta em Madri. Ele já teve impressões positivas durante os amistosos contra Inglaterra, Itália e Rússia: "Um grupo funciona quando todos lutam pelo mesmo objetivo. Na seleção pude ver um grande grupo, focado em ser a família que Felipão quer montar, e essa sintonia faz muito bem. É um grupo ambicioso e que pensa em vencer", avaliou o jogador de 27 anos, nascido em Jaraguá do Sul (SC) e com passagens por Figueirense, Ajax, Real Madrid B e La Coruña.
A rivalidade com o Real aparece até na disputa pela titularidade na seleção, já que o outro convocado para a posição é Marcelo. Outra opção que Felipão testou antes da convocação para a Copa das Confederações foi Adriano - o jogador do Barcelona pode atuar por ambos os lados, mas ficou fora. Filipe Luis admite que o "rival" leva vantagem, mas diz que não é hora de questionar quem começa jogando: "Marcelo é um dos três melhores laterais do mundo, não fez grande temporada porque não jogou tanto, mas sou fã dele. Sei meu papel e não penso individualmente. Quando eu era mais jovem tinha outra visão sobre seleção, era um pouco mais egoísta. Hoje só penso em ganhar coletivamente", completou o lateral, que fez apenas três partidas pelo Brasil, duas com Luiz Felipe Scolari e uma com Dunga no comando.
Pronto para as vaias
Um momento dramático tem papel fundamental nesta mudança de postura que Filipe Luis tanto cita. Em janeiro de 2010, após fazer o primeiro gol da vitória do La Coruña por 3 a 1 sobre o Athletic Bilbao, o brasileiro sofreu uma grave fratura no tornozelo direito, que enterrou qualquer chance de ele disputar a Copa do Mundo daquele ano - ele vinha sendo convocado por Dunga na época. "Passado é passado, mas quase perdi o pé. Acabei superando esse drama e voltei a jogar em alto nível", comemorou.
Para quem superou uma fratura desse porte, possíveis vaias da torcida durante a Copa das Confederações, como as que foram ouvidas no amistoso contra o Chile, no Mineirão, dia 27 de abril, é uma barreira fácil de encarar: "Quase todos nós já passamos por aplausos e vaias. Em campo já briguei por rebaixamento e título. Ninguém gosta de ser criticado, mas estou pronto para tudo", garantiu o jogador, que deu um conselho a Neymar, o principal alvo dos descontentes com o time brasileiro: "Ele é cobrado por tudo o que faz, os passos dele são vigiados com lupa. Tem de aceitar as vaias para que isso faça Neymar ficar ainda mais forte."

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