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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Homenagem a Marcos vira ponto turístico em estádio de Lençóis Paulista

Antes de brilhar pelo Palmeiras e pela Seleção Brasileira, Marcos defendeu as cores do Lençoense. Foto: Getty Images
Antes de brilhar pelo Palmeiras e pela Seleção Brasileira, Marcos defendeu as cores do Lençoense.


O estádio em que o ex-goleiro Marcos iniciou sua trajetória no futebol já não recebe mais partidas de futebol profissional. Com a indefinição em relação ao futuro do Lençoense, que se mudou para Bariri e agora está acertando seu retorno à cidade de origem, o campo do Archangelo Brega virou um local de aprendizado para crianças e ponto turístico de Lençóis Paulista, justamente por conta da passagem do pentacampeão.


"Eu tento não deixar acabar (a atividade no estádio) e manter o que tinha de bom de quando existia futebol profissional aqui. Todo o trabalho aqui é feito em cima do nome do Marcos, porque é onde ele começou. O pessoal que vem ao estádio quer ver onde ele deixou a marca das mãos", explica o ex-atacante Cláudio Abade, que atualmente é coordenador da liga amadora municipal e gerente do Archangelo Brega.

Atacante da equipe profissional do Lençoense na época em que Marcos estava na base do clube, Abade explica que o estádio recebe atualmente 180 crianças e adolescentes, entre 12 e 17 anos, que participam de aulas de futebol no local.
A homenagem ao ex-goleiro foi feita em 15 de setembro de 2002, quando uma placa registrou a visita do pentacampeão ao estádio e o declarou cidadão lençoense. Além disso, Marcos deixou a marca de suas mãos em um quadro de concreto. As recordações da festa estão posicionadas na direção do meio-campo do estádio, ao lado do vestiário de árbitros.
Porém, as instalações do estádio sofrem com a ação do tempo. Os vestiários encontram-se sem condições de uso, necessitando de uma reforma. A parte coberta das arquibancadas está bem conservada, mas os outros setores precisam de restauração.
A expectativa é de que o local passe por uma reforma. O ex-presidente do Lençoense, Gumercindo Ticianelli Júnior, que é vereador da cidade, revela a existência de um projeto para a modernização do local, ainda sem data para ser colocado em prática. A ideia do ex-dirigente é de que Marcos compareça ao local para receber uma cópia da placa de cidadão lençoense.
"Ele foi homenageado, mas ainda não recebeu a placa de cidadão e de mérito lençoense. Queremos fazer a entrega aqui no gramado. Até gostaríamos que o Marcos fosse mais presente em Lençóis, mas ele não tem laços de família aqui, e sim de amizade. Quem sabe no futuro o 'Marcão' não seja parceiro do clube?", afirmou Ticianelli.
Exemplo de amor à camisa no futebol moderno
A carreira de Marcos pode ser classificada como uma das mais bonitas dos últimos anos. Mesmo consagrado e objeto de desejo de grandes clubes europeus durante a trajetória dentro dos gramados, o goleiro deu um raro exemplo de "amor à camisa" no futebol moderno. O camisa 12 permaneceu os quase 20 anos de vida futebolística na mesma instituição: a Sociedade Esportiva Palmeiras.
Com a camisa alviverde, Marcos conquistou os maiores títulos da organização paulista. Campeão brasileiro nos anos de 1993 e 1994, o goleiro alcançou o auge da carreira. Em um espaço de apenas três meses, deixou o banco de reservas para se tornar um dos principais responsáveis pelo título inédito da Copa Libertadores da América de 1999, a maior glória obtida pelo Palmeiras até hoje.
Já tratado como ídolo, Marcos conquistou ainda mais a torcida na edição seguinte da competição sul-americana. Embora tenha passado por um péssimo momento de pressão, após falhar na decisão do Mundial de 1999 (não conseguiu interceptar um cruzamento de Ryan Giggs, que resultou no gol do título do Manchester United, marcado por Roy Keane), o goleiro se tornou símbolo da vitoriosa geração alviverde ao novamente impedir o arquirrival Corinthians de seguir no torneio.
Na semifinal, Marcos defendeu o pênalti cobrado por Marcelinho Carioca, principal ídolo corintiano na época, e classificou o Palmeiras à decisão da Libertadores de 2000 - competição na qual o time acabou como vice-campeão.
Ídolo consolidado dentro do clube, Marcos atingiu o Brasil inteiro em 2002. Goleiro de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari, o representante palmeirense vestiu a camisa 1 da Seleção Brasileira e teve participação fundamental na conquista do pentacampeonato, especialmente na decisão contra a Alemanha.
As grandes atuações despertaram o interesse europeu. O Arsenal, depois de conhecer o goleiro palmeirense na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul, buscou a contratação de Marcos. Entretanto, na contramão do futebol moderno de negócios, o jogador rejeitou a proposta e seguiu na instituição alviverde, apesar do rebaixamento à Série B do Brasileiro em 2003.
Marcos passou pela pior crise da história palmeirense sem ter o respeito adquirido durante o fim da década de 90. O jogador seguiu convivendo com lesões, alguns vexames (como a goleada de 7 a 2 para o Vitória, pela Copa do Brasil de 2003, no Palestra Itália) e grandes atuações. O último título conquistado pelo camisa 12 no único clube da carreira foi o Campeonato Paulista de 2008.
FICHA TÉCNICA
Nome: Marcos Roberto Silveira Reis
Posição: Goleiro
Cidade de nascimento: Oriente (SP)
Nascimento: 4 de agosto de 1973
Altura: 1,93 m
Camisa preferida: 12
Jogos pelo Palmeiras: 530
Jogos pela Seleção Brasileira: 29
Clubes: Palmeiras
Títulos: Campeonato Brasileiro (1993 e 1994); Campeonato Paulista (1994, 1996 e 2008); Copa do Brasil (1998); Copa Mercosul (1998); Copa Libertadores (1999); Torneio Rio-São Paulo (2000); Copa dos Campeões (2000); Campeonato Brasileiro Série B (2003).
Pela Seleção: Copa América (1999); Copa do Mundo (2002) e Copa das Confederações (2005)

                                                                                                                                                                             

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