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domingo, 6 de maio de 2012

Anunciado pelo Grêmio, Zé Roberto toma aula sobre a história do clube e sonha com avalanche na casa nova


Nem parece que Zé Roberto foi contratado pelo Grêmio há dois dias. Uma rápida conversa é suficiente para perceber que o meia sabe tudo sobre o presente e o futuro do clube. Elenco, escalação, momento do time e construção do novo estádio são assuntos comentados com invejável conhecimento.

Cada palavra é colocada com a confiança de quem tomou a decisão certa. Aos 37 anos, escolheu o clube gaúcho para voltar ao Brasil e tentar conquistar dois títulos ausentes na sua galeria: Brasileirão e Libertadores.

- Estou muito feliz por poder voltar ao Brasil e jogar em grande clube. O Grêmio me apresentou um projeto audacioso. Formar uma equipe para ser campeã brasileira, classificar à Libertadores e ser campeã da América. Sonho com isso na Arena, a Bombonera brasileira, e uma avalanche em comemoração a um gol meu. 



De Doha, no Qatar, onde defende o Al-Gharafa, o jogador revelou ter feito contato com ídolos gremistas, explicou o motivo da escolha, contou as dificuldade de adaptação ao mundo árabe e falou até sobre uma difícil decisão: encerrar a carreira.



Como foi a negociação com o Grêmio? Por qual razão escolheu o time do Sul?                                                                                                                                                                                 Zé Roberto – Desde que decidi voltar ao Brasil ao término do meu contrato (em 19 de maio), recebi algumas propostas. Tem mais dois times do Brasil, o próprio Al-Guarafa pra permanecer, dois da Alemanha e um da China. Não é o caso de citar nomes. Quis voltar para daqui a alguns anos encerrar a minha carreira. A maior parte dela foi consolidada fora do meu país, então, é um excelente momento para voltar. Estou muito feliz. O Grêmio apresentou um projeto audacioso. Formar uma equipe para ser campeã brasileira, classificar à Libertadores e ser campeã da América. Sonho com isso na Arena, a Bombonera brasileira, e uma avalanche em comemoração a um gol meu.
Você parece conhecer a história do clube. Buscou informações? Falou com alguém?Fiz um pouco de pesquisa, mas falei com Emerson (atual auxiliar de Luxemburgo e ex-companheiro de Seleção, Bayern Leverkusen e Bayern de Munique) muito antes de assinar. Ele conhece muito bem, começou a carreira aí. Me falou que tem esse projeto, a ambição é grande. Gilberto Silva foi meu parceiro na Seleção. O Jonas (ex-Grêmio e atualmente no Valencia) me telefonou quando ficou sabendo. Jogamos juntos no Santos. E ainda o Marquinhos (colega de Bayern Leverkusen). Sei que a torcida é como se fosse o 12º jogador em campo. Incentiva muito. Ajuda. Estou ansioso para vê-la de perto, fazer um gol e ver a avalanche. Isso me arrepia.
E sobre o time?
O Grêmio tem uma base muito boa. Victor está entre os três goleiros da Seleção. Gabriel é experiente. Kleber é um dos melhores atacantes do Brasil. Marcelo Moreno tem muita experiência. Fernando é um volante promissor. Sem esquecer de Souza e Léo Gago, bons jogadores. Marco Antonio teve excelente passagem na Série B. Faltam poucas peças para formar um grande time.
Você trabalhou com Luxemburgo na Seleção e no Santos. O fato de tê-lo como comandante de novo pesou?
Só tive uma conversa, e muito rápida. Queria saber a minha situação, se dava para ser inscrito na Copa do Brasil. Meu vínculo é até 19 de maio, então não dá. Me passou o projeto. Tenho muita confiança. Trabalhamos juntos. Muitos anos. Logo depois fez o projeto de levar o Santos à Libertadores. Foi uma excelente temporada, o time foi campeão paulista e caiu na semifinal da Libertadores: o Grêmio estava no caminho. Foi assim em 1996, na Portuguesa, pelo Brasileirão também. Sei como é difícil superar o Grêmio e quero ter isso ao meu favor agora. Então, o Luxa sempre teve sucesso. Com certeza a minha escolha pelo Grêmio teve o dedo dele.

Como é a sua rotina de treinos no Qatar? Há muita diferença na comparação com o Brasil?
Treino todos os dias. Uma carga mais baixa do que no Brasil. O clima aqui é muito quente. No alto verão temos quase 50ºC. Meu time tem o Silas (ex-técnico do Grêmio e do Flamengo), então, tem um período de treino mais com cara de Brasil. Cheguei ao Qatar há nove meses. Fiquei 12 anos na Alemanha. A carga de treino era baixa, descobri em pesquisa. Então, contratei um preparador físico particular. Ele mora aqui há muito tempo. No clube é à tarde, e pela manhã estou com ele. Trabalho força e resistência. Com isso, consigo manter o ritmo da Europa. O calor é tanto que perco de qautro a cinco quilos em cada treino. Preciso ter uma disciplina alimentar para recuperar o peso rápido.

Não teve nenhuma dificuldade de adaptação?
No começo, sem a minha família, tinha dificuldade em comer. Precisava de uma dieta especial, afinal, perdia muito peso por causa do calor. Mas nunca tinha nada para comer em casa. E com o Ramadã (nono mês do calendário islâmico, durante o qual os muçulmanos só se alimentam ao pôr do sol) os restaurantes ficavam fechados até 15h. Então, passava um pouco de fome. A receita era ficar no clube ou no hotel.

Faz previsão para começar a jogar pelo Grêmio?
Falta a papelada e, claro, adaptar ao estilo de jogo. No Brasil é muito dinâmico. Se não estiver bem fisicamente, não consegue acompanhar o ritmo. Claro que vou precisar ter um tempo: duas a três semanas para readaptar e pegar ritmo. Nunca tive histórico de lesões. Nunca fiquei mais de 20 dias longe de treinos. Acho que isso não vai me atrapalhar. Dia 4 de junho me apresento. Preciso de alguns dias antes para me mudar. Metade das minhas coisas ficou na Alemanha, onde passei 12 anos. A família vai junto, afinal, as crianças estarão de férias.

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