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domingo, 9 de setembro de 2012

De volta ao Morumbi depois de cinco anos, Seleção quer fazer as pazes com torcedor paulista



O palco é o mesmo daquele ano 2000, quando bandeirinhas foram atiradas por torcedores das arquibancadas como forma de protesto pela má atuação da seleção brasileira. Na ocasião, jogo contra a Colômbia, válido pelas Eliminatórias da Copa de 2002, Roque Júnior, aos 48 do segundo tempo, salvou a pátria com um gol de cabeça.

Agora, em 2012, passadas as tristezas da derrota na final das Olimpíadas de Londres, o time verde-amarelo retorna ao estádio do Morumbi, desta vez para encarar a África do Sul. E a torcida paulista, sempre muito rígida, espera não depender apenas de brilhos individuais para que a criticada seleção de Mano Menezes alcance um bom resultado.
Retrospecto anima, mas desconfiança prevalece

Na última vez que o Brasil jogou no Morumbi, em 2007, a vitória veio. Sob o comando de Dunga, Luis Fabiano marcou duas vezes e garantiu o 2 a 1 sobre o Uruguai, nas Eliminatórias da Copa de 2010. O histórico da equipe no estádio, por sinal, é bastante positivo. Inaugurado em 1960, o cenário da disputa de logo mais já recebeu 26 jogos da seleção, com apenas uma derrota brasileira, justamente no primeiro deles, contra a Argentina, pela Copa Roca, em 1963.
De muitos lados, no entanto, o fato de o amistoso acontecer na casa são-paulina é visto com desconfiança. As relações estreias entre grandes dirigentes e membros da Federação Paulista de Futebol são alguns dos fatores que levam muita gente a questionar a escolha do local da disputa desta sexta.

No contexto atual, a desconfiança em relação aos jogadores se agrava à medida que o envolvimento de algumas das estrelas brasileiras em transações milionárias com clubes estrangeiros não se traduz em resultados práticos dentro da seleção. Consequentemente, importantes e valiosas peças do elenco de Mano devem ser alvo de duras críticas caso a seleção canarinho não consiga fazer uma boa exibição frente aos frágeis sul-africanos.

Atenção especial para Lucas

A pressão sobre o jovem e talentoso Lucas, em especial, é inevitável. Vendido ao Paris Saint-Germain por R$ 108,3 milhões (43 milhões de euros), o meia-atacante terá a oportunidade de mostrar seu o melhor futebol nos gramados onde se consagrou como a maior revelação do time da casa nos últimos anos.

Talento, aliás, que não encontrou espaço durante os Jogos de Londres. Sobretudo na final contra o México, a opção de Mano por deixar Lucas no banco na maior parte da disputa levou à ira muitos torcedores. Agora, sob pressão cada vez mais forte, o treinador brasileiro sabe que será alvo de um bombardeio vindo das arquibancadas caso sua equipe não cumpra as expectativas de uma goleada, ou ao menos de uma vitória convincente sobre um adversário tecnicamente muito inferior.

Mas fato é que a jovem estrela do Tricolor paulista ainda precisa mostrar seu melhor futebol com a camisa verde e amarela. Engatar uma sequência como titular daqui para frente é fundamental nesse sentido. A chance está aí. Resta saber se será bem aproveitada.

Não se pode dizer que o amistoso contra a África do Sul será um grande teste para os comandados de Mano nesse momento. Para um grupo que ainda não convenceu, mesmo tendo percorrido metade da caminhada rumo à Copa do Mundo de 2014, trata-se apenas de uma alternativa mais cômoda, especialmente àqueles que vivem sob ameaças constantes, como é o caso do treinador brasileiro.

Mas independentemente do nível do adversário e das razões políticas que influenciam certas escolhas, o torcedor que comparecer ao estádio espera por um Brasil alegre no reencontro de logo mais. Uma seleção capaz de desenvolver seu jogo sem a dependência exclusiva de brilhantismos individuais, tais como a cabeçada de Roque Junior nos acréscimos, que levantou o Morumbi 12 anos atrás.

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