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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Familiarizado com a altitude, Flamengo enfrenta Real Potosí na Libertadores



O Flamengo enfrenta o Real Potosí, nesta quarta-feira, pela primeira fase da Libertadores, sabendo exatamente o que terá pela frente a mais de quatro mil metros de altitude. O treino de reconhecimento na cidade mais alta das Américas serviu como uma prévia do desconforto que os jogadores deverão sentir na primeira partida da decisão de vaga na fase de grupos da competição sul-americana. E, se depender da avaliação da comissão técnica, o desempenho será dos melhores. Nenhum jogador precisou dos tubos de oxigênio após a atividade realizada no domingo. O jogo de volta será no Rio, no dia 1 de fevereiro, no Engenhão, e quem se classificar terá Lanús (ARG), Emelec (EQU) e Olímpia (PAR) como rivais.
Mergulhado em problemas na pré-temporada, o técnico Vanderlei Luxemburgo faz o que pode para que os atritos com Ronaldinho Gaúcho e dirigentes não afetem o desempenho do grupo. Na última entrevista antes da partida, nesta terça-feira, ele evitou a todo custo comentar as turbulências da pré-temporada e até mesmo a contratação de Vágner Love, que deve ser sacramentada nesta quarta. Segundo o técnico, o tempo se encarrega dos ajustes e o momento é de foco total na vaga que o clube buscou durante toda a temporada de 2011. Com a corda no pescoço, já que os comentários na Gávea dão conta de que sua saída é iminente, ele procura cumprir seu roteiro à risca, sem deixar brechas para justificar o desejo velado da diretoria.
“Temos 180 minutos para definir a classificação. Um empate aqui passa a ser um grande resultado, se possível com gols. Temos de transferir para o segundo jogo a possibilidade de classificação. Se levarmos vantagem, melhor ainda. Houve um avanço muito grande na parte física, técnica, tática. Não houve problema de treinamento, os caras foram dentro. A altitude é um doping natural, mas minimizamos esse problema com a parte psicológica, para que o jogador entenda que terá de haver um sacrifício maior, mas que não mata ninguém. Você tem de se adaptar à altitude e saber que você vai sofrer momentaneamente”, analisou.


O técnico comandou um treino fechado na terça-feira e justificou alegando estar corrigindo o posicionamento nas jogadas de bola parada e cruzamentos. Na parte aberta da atividade, Ronaldinho Gaúcho, Jael e Renato Abreu treinaram cobranças de falta. A tática que Luxemburgo que ver executada em campo é valorização de posse de bola e contra-ataque inteligente, para evitar o desgaste excessivo na altitude. Esta é a razão de Aírton, que abusou dos erros de passe na última sexta-feira, no jogo-treino contra o Universitário de Sucre, ter sua vaga ameaçada pelo jovem Muralha, que o substituiu e deu mais dinâmica ao setor. Porém, como o volante é mais experiente do que Luiz Antonio, também é possível que Muralha forme com Willians e Aírton o trio de volantes.
Do grupo que enfrentou o Potosí em 2007, restam apenas Leonardo Moura e Renato Abreu. O meia foi usado como exemplo pelo técnico para mostrar que, desta vez, o período de adaptação ao ar rarefeito em Sucre fará com que o sofrimento dos atletas não seja como no ultimo confronto. “Depois do treino em Potosí o que melhor ilustra a situação foi o Renato, que ficou depois dos outros treinando cobranças. Perguntei: ‘Está vivo?’. Ninguém vai morrer por causa da altitude, pode ter um desconforto”.
Do outro lado, o técnico argentino do Real Potosí, Victor Zwenger, tenta jogar por terra a estratégia de Luxemburgo e colocar o Flamengo para correr desde o início do jogo. Ele descarta marcação especial sobre Ronaldinho Gaúcho e não acredita que o clube carioca poderá se valer tanto dos seus laterais como de costume. Ciente de que precisa impor uma vantagem em Potosí para chegar com reais chances de classificação no Rio, o treinador do time sustentado por dez meses com apenas um salário do camisa 10 da Gávea tentará usar as diferenças do jogo na altitude, como a bola mais rápida, para surpreender os brasileiros. Ele quer “capitalizar” os problemas no Flamengo a favor de sua equipe. O desfalque é o atacante Gerardo Yecerotte, que cumpre suspensão.
“Não acredito que virão aqui para atacar o tempo todo, acho que vão usar mais o contra-ataque, com quatro defensores bem postados atrás. Os brasileiros normalmente usam muito os laterais, apoiando o tempo todo, mas acho que aqui será difícil fazerem isso por conta da altitude. Acho que a maior virtude do time é a posse de bola, tentarão usar isso aqui. O Ronaldinho é um dos melhores do mundo para mim, mas aqui a precisão não é a mesma. É uma equipe que respeitamos, mas temos de perder o respeito dentro de campo”, afirmou.
FICHA TÉCNICA – REAL POTOSÍ X FLAMENGO
Local: Estádio Victor Agostín Ugarte, em Potosí (BOL)
Data: 25 de janeiro de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Líber Prudente (URU)
Assistentes: Carlos Pastorino e Carlos Changala (URU)
REAL POTOSÍ: Henry Lapczyk, Ronny Jiménez, Alberto Alarcón, Claudio Centurión e Rosauro Rivero; Roly Sejas, José Michelena e Eduardo Ortiz; Victor Hugo Angola, Edgardo Brittes e Marcos Sebastián Pol.
Técnico: Victor Zwenger
FLAMENGO: Felipe, Leonardo Moura, Welinton, David Braz e Junior Cesar; Aírton (Muralha), Luiz Antonio (Muralha), Willians e Renato; Ronaldinho e Deivid.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

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