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segunda-feira, 5 de março de 2012

Já se sentindo em casa no Flamengo, Jean Chera quer chegar a Copa do Mundo de 2014


São dois meses de Flamengo. Sessenta dias de novas experiências. Pouco a pouco, Jean Chera conhece o clube, começa a ter a dimensão do que representa a camisa rubro-negra e faz planos. No topo da lista, duas metas ousadas:


- Estar no grupo dos profissionais do Flamengo para poder dar alegrias para a nação e, consequentemente, fazer parte do grupo que vai para a Copa do Mundo de 2014. Só vai depender de mim estar entre os profissionais do Flamengo e estar no grupo da Copa. Estou trabalhando forte. São meus dois principais objetivos - disse, por telefone.
No Mundial no Brasil, Chera terá 19 anos, e o contrato com o Flamengo estará a seis meses do fim. Ele assinou por três temporadas com o Rubro-Negro, que adquiriu metade dos direitos econômicos. Os outros 50% pertencem ao atleta. Para realizar os planos ambiciosos, terá de cruzar os campos do Ninho do Urubu. Hoje, ele é atleta sub-17, da categoria juvenil.
- A gente que treina lá no CT sempre vê  Ronaldinho, agora Vagner Love, Deivid, Renato Abreu, Leó Moura, todos eles. Não tenha dúvida de que sempre dá vontade de cruzar os campos e ir para o profissional. Mas tudo tem sua hora. Fazendo a minha parte, as oportunidades vão aparecer. Estou pronto para agarrar.
O menino-prodígio começa a chamar a atenção. Na sexta-feira passada, fez o primeiro gol com a camisa rubro-negra, na Copa Rio da categoria. Foi contra o Tarumã, em Barra do Piraí, na segunda rodada. O Rubro-Negro venceu por 6 a 2. Como pouca gente viu, ele conta.

- O lateral cruzou na área, nosso atacante escorou para trás, e eu chutei da entrada da área, de esquerda, batendo no alto. Foi bonito (risos). É uma sensação boa. Eu fiquei muito feliz, até porque estou chegando agora no Flamengo e no meu segundo jogo oficial fiz o primeiro gol. E dei três assistências. Estou bastante feliz de ajudar o grupo, o Flamengo, espero que daqui para frente as oportunidades comecem a aparecer.
Antes, o Flamengo havia derrotado o Royal por 4 a 2. Neste sábado, o time perdeu para o Bahia pelo mesmo placar, mas já estava classificado para as oitavas de final. Nesta segunda-feira, enfrenta o Coritiba, em São João da Barra.
Jean mora no Rio com o pai, a mãe e o irmão. Celso, Loreci e Ruan são os pilares de um garoto que desde muito cedo atrai olhares admirados e vive cercado por expectativa. Natural de Vera, no Mato Grosso, cidade que fica a 486 quilômetros da capital Cuiabá, o meia chegou ao Santos aos nove anos. Ficou no clube até os 15 e era tratado como joia.
- Cheguei no clube em 2005. Na hora de assinar o contrato profissional, não acertamos. Tive uma passagem rápida pela Itália, pouco mais de cinco meses, mas aprendi coisas novas, treinamentos novos, parte física, treinos com bola. Aprendi italiano. E hoje estou no Flamengo. Gostei muito da estrutura. São quatro campos, três para a base. Dão um valor grande para a base. Estou totalmente ambientado ao Flamengo, ao Rio. Muito feliz. Desde que saí do Mato Grosso, com sete anos, para ir para o Paraná, meus pais sempre estiveram ao meu lado. Converso muito com eles, me ajudam em tudo. Isso é fundamental.
A ida para a Europa teve o Genoa como destino, mas não foi o que ele esperava.
- Lá eu precisava do passaporte italiano para poder jogar. Havia um responsável por conseguir o passaporte, só que o prazo passou e eu ia ter que ficar até os 18 anos só treinando. Achamos melhor voltar, ia perder dois anos, foi quando surgiu o interesse do Flamengo.
Naquele momento, enxergou a chance perfeita e fez um pedido ao pai.
- Já tinha uma ideia do que era o Flamengo pela torcida. Se não é a maior do mundo, está entre as maiores. Esse foi um ponto que pesou muito antes de vir. Quando pintou o interesse, disse para o meu pai: “Fecha com o Flamengo que eu quero jogar lá pela massa, pela torcida”. Espero poder retribuir todo o carinho que tenho recebido.
Jean ainda tem um rosto pouco conhecido, mas conta que nas ruas a tietagem começou.
- Tem alguns que reconhecem, sim. Acho muito legal, bacana. Espero que isso aumente cada vez mais, vai ser o reconhecimento do trabalho que venho fazendo.
Amizade com Neymar, estilo de Ganso e admiração por R10
Jean Chera com Neymar  (Foto: Ademir Quintino)
O contato com Ronaldinho ainda é restrito. Mas em breve Jean espera estreitar a relação com o camisa 10 e ter mais um craque como amigo. No longo período que passou no Santos, virou parceiro de Neymar. Chegou a ser rotulado como sucessor do astro.
- Isso nunca atrapalhou, sempre lidei bem. Em 2005, quando cheguei ao Santos, treinei cerca de três, quatro meses junto com ele, já que não havia garotos da minha idade. Mantivemos a amizade até hoje. As coisas que ele faz no profissional sempre fazia na base. Sempre foi ótimo jogador, ia para cima, driblava. Pude aprender com ele. Foi muito bom. Gosto de ver os jogos do Neymar, é um amigo meu. Mas meu estilo é o do Ganso, temos as mesmas características.
Em uma entrevista há sete anos, antes de ir para a Vila Belmiro, Jean Chera dizia ter dois sonhos: virar jogador de futebol e conhecer Ronaldinho. Um ele já realizou. O próximo está no campo ao lado.
- Em dezembro, quando acertávamos as coisas com o Flamengo, ficamos no hotel onde o clube se concentra, e o Ronaldinho estava lá. Eu o conheci, tirei foto com ele. Esse sonho está aí ainda. Vou trabalhar muito forte para poder realizar. Acho que colabora muito ter essas pessoas por perto. Quanto ao Neymar, hoje é até difícil falar dele por tanto que joga. Você poder conviver com pessoas assim, como Neymar, Ganso e Ronaldinho, é muito bom. Acaba aprendendo muitas coisas. Quando chegar no profissional, será a minha vez de fazer.

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