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sábado, 16 de novembro de 2013

Promessas, coadjuvantes e medalhões recuperados levam Cruzeiro ao título

 
Se 2012 é um ano a ser esquecido pelo torcedor cruzeirense, 2013 será lembrado para sempre. Após uma temporada ruim, em que o time mineiro se salvou do rebaixamento apenas na última rodada do Brasileiro, o Cruzeiro fez um trabalho impecável de reformulação e fechou da melhor maneira a atual temporada. Comandado por Marcelo Oliveira, ídolo do arquirrival Atlético-MG quando jogador, o time celeste conquistou o tri brasileiro na noite de quarta-feira com um elenco recheado de promessas, jogadores pouco badalados e medalhões recuperados.

Em 2013, o elenco cruzeirense passou por uma mudança drástica para não decepcionar novamente. A diretoria resolveu apostar em promessas e jogadores pouco badalados no futebol brasileiro. Além disso, houve uma troca bem sucedida no comando, e Celso Roth deu lugar a Marcelo Oliveira, técnico da nova safra do País. Vice-campeão da Copa do Brasil com o Coritiba duas vezes consecutivas, ele vinha de um trabalho sem sucesso no Vasco e atingiu o ápice na Toca da Raposa.
 
“Vimos a situação do time e privilegiamos a contratação de jogadores técnicos e rápidos. Trouxemos jovens que se destacaram no ano passado, como Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Lucca, e também subimos outros da base. Aí, pincelamos dois ou três grandes nomes para criar essa sinergia interessante”, disse Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro.

Para se ter ideia da transformação no elenco cruzeirense, de um ano para cá, entre os titulares da última partida do Brasileirão de 2012, no clássico contra o Atlético-MG, apenas o goleiro Fábio e o lateral-direito Ceará permanecem entre os 11 titulares atuais.

Nessa transição, o Cruzeiro abriu o cofre para se reforçar. Segundo o site Transfermarkt, os reforços estão avaliados em R$ 35 milhões, com destaque para o zagueiro Dedé, o mais caro entre os novos jogadores, trazido do Vasco por R$ 14 milhões. Por outro lado, a venda do meia argentino Montillo para o Santos, por cerca de R$ 18 milhões, ajudou a equilibrar a conta. “A venda não foi a salvação da lavoura, mas usamos bem o dinheiro para contratar jogadores e sanar algumas dívidas”, afirmou Mattos.
 
Promessas vingam e se valorizam

Revelado nas categorias de base do Corinthians, Everton Ribeiro subiu às pressas para o profissional e nada pôde fazer para evitar o rebaixamento do time paulista em 2007. Em baixa, foi emprestado para o São Caetano, onde permaneceu por dois anos. E surgiu para o cenário brasileiro no Coritiba, com o bi paranaense e dois vices da Copa do Brasil. Mesmo assim, chegou ao Cruzeiro sem alarde, mas ganhou espaço entre os titulares e brilhou em 2013. Com seus dribles, assistências e belíssimos gols, virou protagonista do título cruzeirense e é candidato ao prêmio de craque da competição.

Além do título, outro cartão de visitas de Everton Ribeiro são os golaços que marcou no Brasileirão. “Gol de bico também vale, mas quanto mais gols bonitos eu fizer, fica melhor para guardar na memória”, diz o jogador, que deixa um pouco das honras para o resto do time. “Estou em um time que me ajuda muito. Tenho grandes jogadores ao meu lado para poder me passar toda a tranquilidade de forma que eu possa ajudar a equipe sempre que puder”.

Já Ricardo Goulart, destaque do Goiás na Série B de 2012, conquistou seu lugar no time aos poucos, e a titularidade veio de vez no Brasileiro. Com oito gols marcados até aqui, o meia-atacante faz dupla veloz com Everton Ribeiro e tem papel fundamental na armação do melhor ataque da competição.
Grata surpresa no elenco é o volante Lucas Silva. O garoto de 20 anos, pouco utilizado no Mineiro, se tornou titular absoluto no Brasileirão e é peça importante no esquema montado por Marcelo Oliveira. "Para ser sincero, não esperava que seria tão bom e tão rápido assim. Está tudo sendo fantástico, extraordinário", afirma o jovem cruzeirense.

Medalhões renascem, e coadjuvantes viram protagonistas

Além de promover os jovens, a temporada cruzeirense também ficou marcada pela recuperação de jogadores em baixa. Dedé ganhou o apelido de “Mito” no Vasco em 2011, porém sofreu com lesões no ano passado e teve temporada irregular. Chegou com status de estrela, pelo valor de R$ 14 milhões, mas precisava retomar as boas atuações. E Dedé não decepcionou. Ele atualmente comanda a segunda zaga menos vazada do Brasileirão e voltou a ser convocado para a seleção brasileira, às vésperas da Copa de 2014.
 
Companheiro de Dedé na defesa do Cruzeiro, Bruno Rodrigo não era titular no Santos, apenas o substituto número 1 de Edu Dracena e Durval. No time mineiro, ganhou destaque e virou titular. Zagueiro leal, tem apenas três amarelos em 29 partidas e também caiu nas graças da torcida.
Após surgir discretamente no Corinthians, Nilton atuou com destaque pelo Vasco e era titular na conquista da Copa do Brasil de 2011. Porém, saiu pela porta de trás do clube carioca, depois de rescindir contrato por conta de atrasos nos salários. No Cruzeiro desde o início do ano, reforçou o status de volante goleador, com sete gols no Brasileiro e atuações convincentes.

"Muito trabalho, muito suor. Fico muito feliz por tudo que está acontecendo. Não esperava que a temporada fosse tão maravilhosa. Cheguei meio desacreditado, não tão badalado. Mas querendo agradar aos torcedores cruzeirenses", diz Nilton.

Outro que se recuperou no Cruzeiro foi o atacante Dagoberto. Bicampeão brasileiro pelo São Paulo em 2007 e 2008, o jogador se transferiu para o Inter no ano passado, mas não foi unanimidade na equipe gaúcha. Mesmo com uma lesão na coxa esquerda, que o afastou dos gramados por mais de 80 dias, Dagoberto vem sendo figura ativa no rápido e eficiente ataque cruzeirense e chega à quarta conquista de Brasileiro da carreira.
 
Ídolo no arquirrival, técnico conquista torcida celeste

Depois da temporada terrível do Cruzeiro em 2012, Marcelo Oliveira chegou cheio de desconfiança para comandar a equipe. Na época em que era jogador, brilhou com a camisa do arquirrival Atlético-MG entre 1972 e 1984 e por isso não era visto com bons olhos pelo torcedor. Além disso, vinha de dois vices seguidos da Copa do Brasil como técnico do Coritiba e de passagem apagada pelo Vasco.
Só que a aposta do Cruzeiro no técnico da nova safra brasileira deu certo. A mescla de jogadores rápidos, medalhões e ex-coadjuvantes deixou o time mineiro envolvente e objetivo, com o melhor ataque e a segunda defesa menos vazada do Brasileiro. Marcelo Oliveira é hoje unanimidade na Toca da Raposa.

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