Caso entre em campo contra o Flamengo, Valdivia encerra possibilidade de jogar em outro clube brasileiro este ano.
Em 20 de julho do ano passado, Kleber acabou com qualquer chance de ir ao Flamengo ao enfrentar exatamente o clube carioca após se recuperar de lesão e completar o sétimo jogo pelo Campeonato Brasileiro, número que o impedia de trocar de time na primeira divisão. Nesta quarta-feira, situação similar ocorre com Valdivia.
Recuperado de contusão na coxa esquerda, o meio-campista entra em campo depois de se tornar a última das ações da diretoria da equipe rubro-negra que irritou o Palmeiras: uma sondagem pelo chileno foi considerada "avanço de sinal na hora errada" pelo presidente Arnaldo Tirone.
As negociações e acusações da presidente Patrícia Amorim têm gerado irritação na diretoria alviverde desde o ano passado. Foi exatamente o interesse em Kleber, oferecendo-lhe um alto salário, que deu início a um mau ambiente que chegou a gerar dúvida sobre lesões do atacante até ele, já no fim do ano, acertar com o Grêmio.
Mas o jogo contra o Flamengo representou mais do que a volta e a impossibilidade de mudança de time na Série A. As vésperas da partida já haviam fatos que acirraram o clima, incluindo declarações de Luiz Felipe Scolari, que interessou à Gávea antes de voltar ao Palmeiras em 2010, avisando que Kleber só iria para o Rio de Janeiro se a sede flamenguista fosse vendida.
Em campo, o empate por 0 a 0 no Pacaembu teve um polêmico lance em que Kleber, alegando desinteresse do adversário em praticar o "Fair Play", partiu com a bola para dentro da grande área e deu um chute perigoso. Aqueles que poderiam ser os companheiros foram para cima do então camisa 30 do Palmeiras, logo defendido pelos colegas.
Valdivia assistiu a tudo das tribunas do Pacaembu, já que estava machucado. Nesta quarta, porém, o chileno estará à disposição na Arena Barueri, sem lesão. E logo após ter sido um dos pontos altos da rixa entre os clubes que se tornou pública quando Patrícia Amorim acusou o Palmeiras de aliciar Ronaldinho. O clube alviverde negou e comprovou o argumento com a ida do astro para o Atlético-MG.
Depois do acirrado duelo do ano passado, os dirigentes adotaram discursos mais brandos para o primeiro encontro da temporada. "Estamos falando de Palmeiras e Flamengo, clubes de muita história. A Patrícia Amorim vai passar, como eu vou passar", declarou o vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo.
Os atletas só querem que os desentendimentos fora de campo não contagiem o jogo. "Espero que não vá para o lado da violência e que dê para jogar tranquilamente. Deixemos a rivalidade para a diretoria. Dentro de campo, só temos que nos virar e fazer de tudo para vencer", falou Obina, que atuou pelo Flamengo e, na última passagem pela equipe carioca, foi emprestado ao Palmeiras, há três anos. Quando os dois clubes ainda se entendiam.
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