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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Episódio “Rogério Ceni” fortalece Ney Franco e evidencia força do ídolo dentro do São Paulo


Depois do embate entre Rogério Ceni e Ney Franco, que deixou uma marca na semana do São Paulo, o colunista André Kfouri, do Lance!, noticiou a possibilidade de o ídolo tricolor estar com os dias contados no clube, conforme o desejo de alguns membros da diretoria. O objetivo da classificação para as quartas de final da Sul-Americana foi conquistado em meio à retranca da fraquíssima LDU de Loja e de inúmeros erros da arbitragem. Mas o gesto do camisa 01, deixando clara a sua insatisfação com a escolha do treinador por Willian José, e não Cícero, na vaga de Ademilson, provocou um indício de turbulência que, se por um lado parece superado, continua dando o que falar nos veículos da imprensa.
Resultado para dar fim à polêmica
No mesmo dia da publicação do Lance!, o São Paulo fez o que melhor poderia fazer para apagar o episódio. Foi a Recife e venceu os donos da casa por 4 a 2, com uma atuação brilhante de Lucas e algumas belas defesas do capitão. Resultado: segue firme no objetivo de terminar o Campeonato Brasileiro no grupo dos quatro primeiros e, assim, garantir a participação na próxima Liberadores. É justamente o que Ceni gostaria para impulsionar uma renovação de seu contrato por mais um ano no Morumbi.
A condição de Rogério como capitão, bem como sua trajetória vitoriosa no São Paulo, permite ao jogador certa liberdade para dar palpites e criticar quando algo não está dando certo. Durante sua ausência no primeiro semestre, aliás, nem foram as intervenções na pequena área que mais fizeram falta. A qualidade do goleiro-artilheiro na cobrança de bolas paradas até que deixou a torcida com saudades. Mas a liderança do ídolo era a maior carência quando Denis ocupava o posto de protetor das redes tricolores. Rogério tem uma história consolidada e o respeito dentro do clube. Fatores que pesam muito mais do que uma aparente intriga de momento.
Atitude do goleiro, porém, foi equivocada
Porém, é preciso delimitar determinadas posições. A hierarquia de qualquer equipe passa pela autoridade do treinador e pela submissão de seus comandados. Na partida contra os equatorianos, Ney, que vem fazendo bom trabalho, errou. Congestionou o meio-campo com a entrada de Douglas no lugar de Jadson, e não foi feliz na escolha de Ademilson para compor o trio ofensivo ao lado de Lucas e Osvaldo. Para corrigir a falha, Cícero era realmente uma opção mais interessante, ainda mais considerando a má fase vivida por Willian José. Tudo isso, no entanto, não altera o fato de que o capitão excedeu os limites aceitáveis ao gesticular em protesto pela escolha do treinador.
A atitude não é inédita. Em 2010, quando o São Paulo vivia mau momento no Brasileirão, Ceni foi personagem principal de um episódio parecido. A partida era contra o Atlético-GO, no dia 2 de setembro daquele ano. No comando, estava Sérgio Baresi. O Tricolor vencia por 2 a 1. Em determinado momento, no segundo tempo da disputa, o camisa 01 chamou o meia Cleber Santana, hoje no Flamengo, e disse que ele deveria reivindicar ao treinador sua entrada em campo. O pedido não foi atendido, mas Baresi colocou o reserva já ao final da partida. O caso chamou a atenção da imprensa, mas o treinador agiu como se não soubesse de nada. O goleiro, por sua vez, negou a intenção de assumir a função de comandante.
Melhor para Ney Franco
Se Ney Franco errou na escalação contra os equatorianos, pelo menos acertou na hora de expor ao público o episódio. "Não aprovo. Acho que é cada um na sua. Cada um fazendo a sua função. Se eu achasse que deveria ser o Cícero, eu colocaria", justificou o treinador. Assim, não fingiu que nada acontecera e delimitou os espaços que cabem a cada um dentro do elenco. Tratado como “coisa de jogo” pelo goleiro, o episódio parece superado. O São Paulo tem muito a comemorar desde o início da arrancada que o impulsionou ao G-4 e mais com o que se preocupar para atingir seus objetivos neste fim de 2012.
Aparentemente, a possibilidade da não renovação do contrato de Rogério Ceni é uma causa derrotada. Isso porque o presidente Juvenal Juvêncio sabe que tal atitude provocaria forte desgaste de sua imagem. O mandatário já até garantiu que vai oferecer a renovação contratual e negou que haja uma divisão na cúpula são-paulina. Com três títulos brasileiros, duas Libertadores e um Mundial, além do posto de maior goleiro-artilheiro do futebol, Rogério tem um respeito considerável dentro do clube, ainda que não agrade a todos. De fato, o mais provável é que a vontade do torcedor prevaleça: que seu ídolo comemore em 2013 – talvez o último ano antes da aposentadoria – o aniversário de 23 anos vestindo a camisa tricolor.
 

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