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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Atlético-MG renasce e volta a trazer esperanças para sua torcida


Jogada pela esquerda, bola para o segundo poste. Dadá Maravilha, fiel à sua máxima de que apenas ele e o beija-flor param no ar, subiu livre para cabecear como manda o figurino: queixo no peito, cumprimentando o goleiro. A bola terminou no fundo das redes e o jogo terminou 1 a 0 para o Atlético-MG, que vencia o Botafogo em pleno Maracanã para conquistar o único título brasileiro de sua história, no longínquo ano de 1971. Desde então, o Galo já passou perto de voltar a ser campeão em outras ocasiões, mas bateu na trave. Porém, com o advento dos pontos corridos, em 2003, a situação só havia piorado. Rebaixado em 2005, sempre no meio da tabela ou brigando contra o rebaixamento. Em 2009, quando liderou boa parte do Brasileirão e brigou por uma vaga na Libertadores, o Atlético se perdeu na reta final e terminou na 7ª posição.
2012 parecia ser o ano da redenção do Galo. Melhor time do primeiro turno, forte dentro de casa, forte fora de casa, equipe que praticava – e ainda pratica – o melhor futebol do campeonato. Mas no meio do caminho havia o Fluminense, cirúrgico nos momentos decisivos e que não perdoou os vacilos mineiros. É verdade que a disputa não está encerrada, mas a vantagem do Tricolor já chega a 9 pontos e, faltando apenas seis rodadas, é difícil de ser tirada. Mesmo assim, pode-se afirmar que 2012 é, sem sombra de dúvidas, o ano de redenção do Galo.
Diretoria faz o mais importante: mantém a base
A montagem deste time que vem reerguendo o moral do Atlético-MG começou em 2011, quando o técnico Cuca, poucos dias depois de deixar o arquirrival Cruzeiro, aceitou assumir o comando do Galo. Na zona de rebaixamento, o Atlético perdeu os primeiros seis jogos sob o comando de Cuca, mas depois empreendeu uma grande arrancada para escapar do rebaixamento. O ano terminaria muito bem, não fosse a acachapante goleada sofrida para o Cruzeiro na última rodada do Brasileirão do ano passado, por 6 a 1. Por isso, o ano de 2012 começou com muitos protestos da torcida.
Só havia um detalhe importante: a base do elenco fora mantida. Melhor, reforços pontuais chegaram para fortalecer o time: o goleiro Victor, que veio do Grêmio para resolver um antigo problema, o atacante Jô, desacreditado no Internacional e artilheiro no Galo, e Ronaldinho Gaúcho, a contratação mais acertada do ano no futebol brasileiro. Sem motivação, sem salário e vaiado, o Gaúcho saiu do Flamengo em litígio judicial, pedindo R$ 40 milhões ao Rubro-Negro, a título de indenização. No dia 4 de junho, Ronaldinho apareceu de surpresa na Cidade do Galo e já treinou com os companheiros, antes mesmo do anúncio oficial. Ele assinara um contrato de 6 meses, ganhando um quarto do que – deveria, mas não recebia – ganhava no Flamengo.
Ronaldinho brilha e Bernard desponta, mas elenco precisa ser reforçado para a Libertadores
Sabiamente, Cuca escalou Ronaldinho numa posição diferente daquela em que ele vinha sendo utilizado no Flamengo. Se no clube carioca o Gaúcho jogava quase sempre no ataque, no Galo ele passou a fazer a função de um autêntico camisa 10, jogando na faixa central do gramado, às vezes caindo para a esquerda, mas sempre com total liberdade de movimentação. Para completar, Cuca armou um esquema com dois meias velozes pelos lados do campo, deixando Jô como referência no ataque.
Foi o suficiente para que uma joia da base atleticana pudesse despontar: Bernard, meia que já era titular desde o fim do ano passado. Porém, em 2012, Bernard se firmou como um dos principais nomes da campanha mineira. Até o momento, já marcou 9 gols – vice-artilheiro do time no campeonato – e já deu 10 assistências, só ficando atrás de Ronaldinho Gaúcho no ranking de passes para gols. O jovem já despertou o interesse de clubes europeus e dificilmente irá durar muito no Brasil. Se ficar, será um dos pilares da equipe que vai voltar a disputar a Taça Libertadores da América depois de 12 anos.
Aliás, essa tem que ser uma preocupação da diretoria atleticana. Manter a base que trouxe o Galo de volta às cabeças é fundamental para ter um bom desempenho na principal competição sul-americana e, quem sabe, voltar a disputar o título brasileiro na próxima temporada. Porém, o elenco ainda não está pronto: a irregularidade do Atlético-MG neste segundo turno mostra como são necessários reforços que deem profundidade ao grupo, dando mais opções a Cuca.
 

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