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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Felipão privilegia TV Globo para evitar perseguição em caso de fracasso na Copa

Para toda ação há uma reação. Essa máxima, válida em muitas situações do cotidiano, será usada por Luiz Felipe Scolari até o fim da participação brasileira na Copa do Mundo de 2014 . O técnico vai agir em favor de quem forma a opinião para ao menos tentar receber afagos de volta. O técnico quer evitar qualquer clima beligerante com a Rede Globo para que não aconteça com ele o mesmo que sofreu o técnico Dunga em 2010 após a eliminação na África do Sul. Principalmente se o título da Copa em casa não for conquistado.
O treinador até já começou a privilegiar a emissora carioca na cobertura. Dunga e Globo, em 2010, tiveram grandes desentendimentos por conta das restrições ao trabalho da imprensa na cobertura diária da seleção. Comodetentora dos direitos de transmissão da Copa em TV aberta, a Globo tem privilégios. Dunga cortou alguns. Felipão não seguirá o mesmo caminho.
A primeira amostra deste novo relacionamento foi dada na segunda-feira. Felipão conversou ao vivo por cerca de duas horas com Galvão Bueno em programa do Sportv, canal a cabo da emissora. O narrador contestou muito a decisão da CBF de trocar o comando da seleção a menos de dois anos da Copa. Mano Menezes era defendido por Galvão, principal voz da emissora para o grande público. Felipão não vai comprar a briga.
O acesso aos jogadores será mais restrito, mas a Felipão e aos seus auxiliares diretos, como Carlos Alberto Parreira, coordenador da CBF, será menos restringente. Não se quer também uma repetição do cenário da Copa de 2006 quando, com Parreira, houve excessos na exposição do time antes da chegada à Alemanha na cidade suíça de Weggis. “Vamos encontrar um equilíbrio”, disse Felipão.
O técnico aceita o papel de “bombeiro” para apagar quaisquer incêndios que possam afetar a preparação para a Copa. Na visão do técnico, os jogadores não podem ficar excessivamente expostos para a imprensa sob o risco de o clima de euforia por conta da realização da Copa no Brasil influenciar negativamente o ritmo de treinos.
Na Copa das Confederações há uma relativa exposição do time aos torcedores. Foi assim em Fortaleza, no treino de segunda-feira passada no estádio Presidente Vargas, e também no hotel da delegação. Em Brasília as restrições foram maiores, mas a CBF culpa a Fifa pelo acesso controlado. A entidade brasileira argumenta que pelo fato de a Copa ser no Brasil será impossível privar torcedores ao menos de alguns treinos abertos.
A Copa das Confederações é uma amostra de como será a relação dos jogadores com os veículos de comunicação. Foi montado um esquema em que todos os dias, fora da janela de entrevistas obrigatórias da Fifa, ao menos dois jogadores dão entrevistas. Dunga as proibiu em 2010 e atitude não foi bem aceita pela imprensa, principalmente a TV Globo. O técnico também se indispôs ofendendo o jornalista Alex Escobar durante entrevista.
Felipão sempre teve sangue quente, mas tem se segurado para não dar motivos à imprensa de ir contra ele por conta de sua postura. Perguntas mais duras ou irônicas são tratadas com respostas lacônicas. Escaldado, Felipão vê que seu trabalho ficará mais difícil se houver conflitos.
“Nós estamos tentando nos aproximar agora e criar um ambiente de seleção e povo muito estreito. Nós, onde jogamos, fomos muito bem recebidos. Mas algumas normas não são nossas, são impostas e não vale a pena ficar brigando. À medida do possível vamos deixar as pessoas verem o treinamento, mas no ano que vem terá de ser diferente”, disse o técnico.

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