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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Em dez anos, Milan paga pouco, lucra com venda e tem Kaká de volta de graça

Ainda como Cacá, Ricardo Izecson dos Santos Leite apenas surgia como profissional quando ajudou o São Paulo a conquistar o Torneio Rio-São Paulo de 2001. Dois anos depois já era o maior astro da equipe do Morumbi, mas acabou sendo negociado por valores questionáveis após ser criticado por parte da torcida. Em 2007, o meia foi dono do Milan e do mundo, e precisou de mais dois anos para se tornar um galáctico no Real Madrid por uma fortuna. Agora, dez anos depois de ter se juntado ao clube italiano pela primeira vez, Kaká está de volta. De graça e cercado de desconfiança.
Kaká sempre foi apontado como um jogador acima dos demais. Fosse pelas arrancadas explosivas, pelos chutes precisos ou pela postura correta como ser humano e atleta. Mesmo com os status de ídolo e bom moço, a participação na Copa do Mundo de 2002 e os títulos do Rio-SP e do Supercampeonato Paulista, o meia passou a ser perseguido por um grupo de torcedores sob acusações de ‘pipoqueiro’ e acabou negociado com o Milan no meio da temporada de 2003 por 8,5 milhões de euros (cerca de R$ 22,3 milhões em valores atuais).
A proposta foi considerada baixa. Um jovem meio campista com enorme potencial vendido, como disseram na época, a ‘preço de banana’. E a frustração não demorou a aumentar conforme Kaká caía nas graças da torcida italiana. Ousado, o brasileiro cavou aos poucos uma vaga no time treinado por Carlo Ancelotti, levando o medalhão português Rui Costa para o banco de reservas. A elegância demonstrada no gramado de San Siro rendeu até o apelido de Príncipe de Milão.
Ele também conquistou espaço na seleção brasileira. De talismã de Luiz Felipe Scolari à aposta de Carlos Alberto Parreira, o meia foi protagonista na campanha vitoriosa da Copa das Confederações de 2005 e chegou à Copa de 2006, na Alemanha, como esperança. Prejudicado pela maratona de jogos pelo Milan, marcou na estreia contra a Croácia, mas não evitou a eliminação para a França nas quartas de final.
A redenção, porém, não demorou a acontecer. Em 2007 Kaká foi insuperável. Conquistou a Liga dos Campeões acumulando o prêmio de artilheiro e lances que entraram na história do torneio. O meia brilhou a ponto de acabar com o reinado de Ronaldinho Gaúcho e ficar com o posto de melhor jogador do mundo.
O protagonismo que sobrava com o Milan faltava pela seleção brasileira e foi também em 2007 que a história começou a mudar. Kaká formou ao lado de Robinho e Luis Fabiano o trio que sustentava o time montado por Dunga e conquistou vitórias marcantes sobre Uruguai e Argentina, ambas fora de casa, para garantir vaga na Copa do Mundo de 2010.
A boa fase fez os olhos de Florentino Pérez brilharem. O presidente do Real Madrid desejava montar nova era galáctica no clube e encontrou em Kaká o nome ideal para formar dupla com Cristiano Ronaldo por 65 milhões de euros (R$ 205 milhões). Ofuscado pelo português, o camisa 8 perdeu espaço devido à série de lesões e à relação estremecida com o técnico José Mourinho.
Ainda como moral elevado na seleção, chegou ao Mundial da África do Sul novamente como esperança brasileira, mas sofreu com uma lesão no púbis. Atuando no sacrifício, teve boas atuações apenas contra Costa do Marfim (vitória por 3 a 1 na primeira fase) e na eliminação para a Holanda nas quartas de final por 2 a 1.
A má condição física seguiu atrapalhando os planos de Kaká em dividir as atenções com Cristiano Ronaldo no Real Madrid. A cada janela de transferência, o Milan voltava os olhos para antigo dono da camisa 22, mas sempre esbarrava nos altos valores exigidos pelos espanhóis. Quatro anos depois, entretanto, os dirigentes merengues desistiram dos planos de pelo menos diminuir o prejuízo com o brasileiro e deram o esperado sim aos italianos.
Os milanistas conseguiram que Kaká voltasse a San Siro por empréstimo, sem custos, até 2015. O contrato de duas temporadas ainda foi ajeitado para que o meia reduzisse o salário para menos da metade do que recebia em Santiago Bernabéu. De dez milhões de euros (R$ 31,5 milhões) por temporada na Espanha, o brasileiro receberá 4 milhões de euros (R$ 12,5 milhões) anuais.
Por sorte ou por mérito, o Milan parece ser o time mais beneficiado pelas negociações envolvendo Kaká. O time italiano fez ótima aposta em 2003, teve retorno dentro de campo e, seis anos depois, recebeu oferta milionária que recheou os cofres do clube. Passados mais quatro anos, tem a volta de um ídolo histórico para recuperar a confiança do torcedor e poder lucrar novamente em ações de marketing.

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