Dois momentos muito distintos desenharam os rumos de São Paulo e Atlético-MG na Copa Libertadores nesta quinta-feira (02). Recolhido após uma grande atuação do rival durante 35 minutos da primeira etapa, o Galo foi, pouco a pouco, abrindo o caminho para tomar conta do jogo na volta dos vestiários e, em vantagem numérica, sair de um Morumbi lotado com grande vitória por 2 a 1 no jogo de ida das oitavas de final. Agora, o Alvinegro jogará pelo empate ou até mesmo uma derrota por 1 a 0, no Independência, quarta-feira, para se classificar à próxima fase e manter vivo o sonho do título inédito.
Um lance capital deixou os comandados de Ney Franco em desvantagem ainda no primeiro tempo: foi quando o zagueiro Lúcio cometeu falta dura em Bernard e acabou expulso de campo. Ronaldinho e Diego Tardelli marcaram os gols que consolidaram a virada mineira depois de Jadson ter inaugurado o placar.
Dupla Jadson-Ganso dita o ritmo; Lúcio é expulso e R10 brilha
Não era à toa que o confronto entre São Paulo e Atlético-MG vinha sendo encarado como um clássico nas últimas semanas. A torcida no Morumbi, estádio que já recebeu oito decisões de Libertadores da América, confirmou a expectativa de um verdadeiro caldeirão. Antes da partida, o palco foi tomado por gritos de incentivo dos são-paulinos.
De volta após cumprir suspensão, Jadson formava mais uma vez a tão festejada dupla de meio-campo com Ganso. Parceria que deu resultado logo aos quatro minutos, quando o camisa 10 tocou para o companheiro e este enfiou para Osvaldo tentar chute fraco da entrada da área, sem problemas para o goleiro Victor. De qualquer modo, a movimentação do time de Ney Franco era intensa e agradava ao comandante.
Aos oito, mais uma demonstração do talento da dupla: após chegada pelo lado direito, Ganso recebeu na área, se livrou de dois marcadores e ajeitou para Jadson finalizar de primeira, no fundo das redes, no canto esquerdo do goleiro alvinegro. Em meio à euforia, Aloísio precisou deixar o campo por conta de um estiramento na coxa direita, sentido no momento do gol. Aos prantos, o camisa 19 deu lugar ao jovem Ademílson.
Quase imediatamente, uma desatenção da defesa tricolor permitiu um dos raros lances de perigo dos mineiros. Jô cabeceou livre de marcação e Rogério Ceni operou um milagre para evitar que a festa são-paulina tivesse curtíssima duração. Depois disso, porém, a pressão dos donos da casa prosseguiu sem piedade. Ademílson desperdiçou ótima chance aos 15, ao receber belo passe de Wellington e chutar por cima de Victor.
A equipe paulista levava perigo em contra-ataques rápidos e a marcação forte de Wellington sobre Ronaldinho freava o ímpeto mineiro. Na marca dos trinta, duas chegadas perigosas reforçaram o domínio tricolor. Nas duas, Ademílson perdeu. Primeiro, parando na defesa milagrosa de Victor, e depois mais uma vez falhando na pontaria.
Se fazia tudo certo no sentido de neutralizar o adversário, o São Paulo pecou na atitude. Inconsequente, Lúcio fez falta dura em Bernard, elevando a perna sobre o camisa 11, e recebeu o cartão amarelo que decretou sua expulsão de campo. Diante do problema, Ney Franco mandou Rhodolfo para o jogo no lugar de Ademílson, numa tentativa de recompor a zaga desprotegida.
Mas o resultado do equívoco do experiente jogador não demoraria a incomodar: Após cobrança de escanteio de Bernard, Ronaldinho emendou de cabeça e deixou tudo igual no Morumbi, aos 41 minutos. O Galo, menos efetivo durante quase toda a primeira etapa, deixou o campo rumo aos vestiários com o semblante bem mais otimista do que o Tricolor.
'Forte e vingador', Galo toma conta e por pouco não goleia
O volante Josué, campeão mundial pelo Tricolor em 2005, foi a novidade do técnico Cuca para a segunda etapa, que confirmou a expectativa após o lance capital ocorrido antes do intervalo. O elenco mineiro tomou conta da posse de bola, tranquilo com a vantagem numérica e o gol conquistado fora de casa. Apesar de um susto aos 12 minutos, quando Ganso lançou Osvaldo na esquerda e Victor se enrolou ao sair do gol, o Galo não encontrou problemas diante de um agora perdido rival.
O golpe que consolidou de vez a superioridade do alvinegro veio em seguida, aos 14. Ausentes na derrota para o time paulista no encerramento da fase de grupos, Bernard e Diego Tardelli foram decisivos na jogada que decretaria a virada mineira e calaria o Morumbi. O meia avançou pela direita e tocou para Marcos Rocha, que achou o camisa 9 dentro da área para afundar a redonda no fundo das redes.
Apesar da alegria pelo gol marcado, Tardelli virou motivo de preocupação para Cuca, graças a câimbras na panturrilha. Mas nada que impedisse o jogador de retornar ao campo e participar do restante da disputa.
Aos 30, Ronaldinho cobrou falta da entrada da área com muito perigo, fazendo a bola passar próxima à trave direita de Rogério Ceni. Três minutos depois, foi a vez de Luan, em campo no lugar de Bernard. O Galo, dono do jogo, ainda perdeu a chance de fazer o terceiro no último minuto de jogo, o que asseguraria a classificação antecipada para as quartas de final. Ficou para Belo Horizonte. Semana que vem, um novo caldeirão está confirmado na capital mineira.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1X2 ATLÉTICO-MG
LOCAL: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
DATA/HORÁRIO: 2/5/2013, às 20h15
ÁRBITRO: Antonio Arias (PAR)
ASSISTENTES: Carlos Cáceres e Darío Gaona (PAR)
Gols: Jadson, aos 8'/1°T (1-0); Ronaldinho Gaúcho, 41'/1°T (1-1); Diego Tardelli, 14'/2°T (1-2)
Cartões amarelos: Marcos Rocha, Leandro Donizete, Bernard e Josué (Atlético-MG)
Cartões vermelhos: Lúcio, 35'/1°T (São Paulo)
Público e renda: 57.401 pagantes / R$ 2.971.070,00
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Toloi e Carleto; Wellington, Denilson, Jadson e P.H.Ganso; Osvaldo e Aloísio (Ademilson, 11'/1°T; Rhodolfo, 37'/1°T; Douglas, 27'/2°T). Técnico: Ney Franco.
ATLÉTICO-MG: Victor, Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Josué, intervalo), Diego Tardelli (Rosinei, 40'/2°T), Ronaldinho Gaúcho e Bernard (Luan, 33'/2°T); Jô. Técnico: Cuca.
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