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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mané Garrincha: do ponta-direita ao possível elefante branco


Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, ídolo de botafoguenses e brasileiros apaixonados pela seleção parece destoar do estádio ao qual dá nome. A arena reformada em Brasília custou R$ 1,566 bilhão aos cofres públicos e é sondada por números que parecem não fazer juz ao “anjo das pernas tortas”: homem de jeito simples e talento futebolístico que incendiava as massas.
Os valores dos gastos com a reforma do estádio no Planalto Central foram divulgados pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal. Segundo o relatório, os custos finais somam R$ 76 milhões a mais que o dobro do previsto inicialmente, visto que a obra era orçada em R$ 745,3 milhões.
E não são apenas os valores desembolsados pelo Governo Federal que assustam. A utilidade da arena multiuso também é posta em discussão. Em meio aos eventos da FIFA, é palco de apenas oito jogos. Sete deles ocorrerão somente em 2014, durante a Copa do Mundo. Um já foi realizado: a abertura da Copa das Confederações.
A partida, na qual o Brasil venceu o Japão por 3 a 0, foi eclipsada pela indignação de manifestantes ao redor do estádio, que foram recebidos pela polícia com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha. Além disso, quem estava no interior do Mané Garrincha enfrentou longas filas, a falta de produtos nos bares e alguns foram até vítimas de assentos, numerados em seus bilhetes, que não existiam.
Tem-se ainda a atenção ao uso do estádio reformado para além das competições mundiais. Pois ele, que é o mais caro dos reformados, está localizado numa região em que sequer há um time na primeira divisão do Campeonato Brasileiro. O representante de maior destaque é o Brasiliense, que figura na série C da competição.
Além do título de mais caro, destaca-se também o tamanho da arena: tem a segunda maior capacidade de público do Brasil, podendo portar mais de 70 mil pessoas, sendo menor apenas do que o Maracanã. Contudo, segundo dados da Federação Brasiliense de Futebol, vê-se a contradição da oferta frente à demanda.
Somando-se o público pagante de 71 jogos – quase toda a competição, excluindo apenas a final do segundo turno - da primeira divisão do Campeonato Brasiliense, o de maior expressão no Distrito, tem-se o valor exato de 66.097 pessoas, o que não lotaria o palco reformado. O jogo excluído da soma teve público de 22.000 pagantes, contudo, marcou a reabertura do Estádio Mané Garrincha e teve 19.500 de seus ingressos vendidos a R$1,00.
Ao menos na inauguração da Copa das Confederações, o público pagante pode esgotar os ingressos à venda. Foram 67.427 pessoas, que mesmo desembolsando altos valores para a entrada no evento, vaiaram os representantes de sua organização: a presidenta Dilma e o presidente da FIFA, Joseph Blatter.
 

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