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sábado, 28 de setembro de 2013

Dirigentes usam Copa para defender mudanças no futebol apenas em 2015

"O ano que vem vai ser complicado". Não obstante algumas mudanças de formato, essa declaração apareceu em praticamente todos os discursos acerca do Bom Senso F.C., um movimento criado por um grupo de atletas para pleitear mudanças no futebol brasileiro. Ainda que o gatilho para o lançamento do manifesto tenha sido a temporada 2014, os dirigentes têm tentado postergar as discussões para a temporada seguinte.
Esse contexto transformou o futebol do Rio de Janeiro em exceção. A Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) anunciou na última sexta-feira que o Estadual de 2014 vai começar no dia 19 de janeiro, uma semana depois da previsão inicial. A reformulação incluirá uma mudança radical no regulamento – os 16 clubes vão se enfrentar em turno único, e os quatro primeiros disputarão semifinais em duelos únicos. A decisão será em duas partidas.
O exemplo do Rio de Janeiro, porém, é um caso totalmente isolado. Em outros locais, até dirigentes que defendem mudanças no calendário do futebol brasileiro falam que isso não é viável para o próximo ano.
Foi essa a base de argumentação, por exemplo, da TV Globo. O diretor da Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, ofereceu em reunião na CBF a possibilidade de um calendário diferente no futebol brasileiro. Falou em férias de um mês e mais 30 dias para pré-temporada. Mas jogou a mudança apenas para 2015.
O mesmo aconteceu no Rio Grande do Sul. Após pelo menos quatro anos de pressão de Grêmio, Internacional e até da RBS, afiliada da Globo na região, a FGF (Federação Gaúcha de Futebol) admitiu reduzir de 16 para 12 o número de participantes no Estadual. Não no próximo ano.
"Não sou teimoso e já estou avisando. Não quero medir forças, mas é complicado falar em qualquer mudança agora, a dois meses do início. Não quero medir forças, mas falei para a gurizada que eu posso agendar com o [José Maria] Marin uma discussão na CBF, mas para 2015. Não é o momento de pensar nisso, até porque o ano que vem é difícil", explicou Francisco Noveletto, presidente da FGF.
Na última quinta-feira, em entrevista coletiva após a convocação da seleção brasileira para amistosos contra Zâmbia e Coreia do Sul, o técnico Luiz Felipe Scolari usou um tom semelhante. "2014 é ano de Copa do Mundo, e isso deve ser estudado", ponderou o comandante da equipe nacional. "O calendário europeu não é tão melhor quanto vocês imaginam", completou.
Entre os dirigentes menos entusiasmados ou opositores, a ideia de que a discussão sobre a próxima temporada está atrasada é quase unânime. Além disso, os representantes de clubes veem poucas saídas para acomodar o calendário em um ano que terá uma interrupção por causa da Copa do Mundo.
"Tem de acontecer uma mudança, um seminário visando 2015. O ano que vem é difícil por causa da Copa do Mundo", disse, por exemplo, Eduardo Maluf, diretor de futebol do Atlético-MG.
A realização do Mundial no Brasil foi a principal justificativa da CBF para o calendário que a entidade lançou na semana passada. A proposta da instituição para 2014 é iniciar os Estaduais em 11 de janeiro, dividir as férias dos atletas entre o início do ano e o período da Copa do Mundo e abolir a pré-temporada.
"O problema é que a temporada 2014 devia ter sido resolvida neste ano. Todo mundo já sabia que teríamos a Copa do Mundo e que isso apertaria o calendário. Seria mais fácil de acomodar se o Campeonato Brasileiro de 2013 terminasse mais cedo e as férias dos jogadores também fossem mais cedo", disse Alfredo Sampaio, presidente em exercício da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol).
Após o manifesto lançado na última terça-feira, os jogadores que integram o Bom Senso F.C. farão uma reunião na próxima segunda, em São Paulo, para discutir os passos seguintes do movimento.

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