Analisando por cima o resultado do último sábado, um empate por 2 a 2 com o fraco Duque de Caxias, ainda mais tomando um gol olímpico, é pra se torcer o nariz. Ligar o sinal de alerta? Ainda não. Cedo demais. Mas se fizermos uma análise mais fria e um pouco mais profunda, a estreia do time principal teve seus pontos positivos.
O principal deles foi mostrar que algumas das contratações do Mengão já mostraram a que veio logo de cara. Elano distribui jogadas, deu qualidade e ditou o ritmo do meio de campo rubro-negro e assumiu o posto de dono das jogadas de bola parada do Mais Querido. Já Alecsandro deu provas que o duelo com o Brocador será bem interessante. Se posicionou muito bem, finalizou com perigo e foi agraciado com um gol. Atacante que marca na estreia com o Manto Sagrado tem vida longa na Gávea.
Outro fator positivo foi mostrar poder de recuperação. Um time ainda sem o entrosamento desejado, sem a condição física totalmente ideal, conseguiu buscar um 2 a 0 e por pouco não virou o placar ao seu favor. Isso prova que, mesmo em formação, o time já tem comprometimento e foco. Boa.
Mas deixando o jogo de lado, o torcedor flamenguista tem que ficar com a pulga atrás da orelha nesse caso do volante Luiz Antonio. Uma história muito estranha e que está difícil de engolir desde o final do ano passado quando o jogador entrou na justiça pedindo desligamento do clube alegando falta de pagamento.
É muito difícil um empregador ganhar alguma causa em questões trabalhistas. A justiça tende geralmente a beneficiar o empregado. Ainda mais quando o patrão é o Flamengo que, devido às gestões passadas, ainda carrega o fardo de mau pagador. Mas nessa batalha judicial o Mengão está goleando: 4 x 0.
O mais estranho ainda nessa história é a revelação de uma troca de e-mails do empresário do jogador, Francisco Dambrós, com o ex-presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva (aquele mesmo que sofreu impeachment em 2002…) em novembro sobre uma negociação com o jogador. Ou seja, pelo menos um mês antes dele alegar que o Mengão não estava em dia com ele, seu agente já estava buscando um novo clube. E ainda por cima negociava justamente com o homem que afundou o clube em dívidas astronômicas.
No dia seguinte, Dambrós e Silva afirmavam que a negociação era apenas sobre os 10% do passe que pertencem ao atleta. Mas como no futebol não existe bobo (principalmente nos negócios) e ainda uma das partes foi expulsa do clube por questões financeiras, é bom ficar de olho porque pode ter algo de muito podre nessa história.
Uma pena que quem sai perdendo com isso é o jogador. Uma boa promessa, um garoto ainda, que tem tudo para construir uma linda história no clube está se queimando por se envolver numa história bem nebulosa e com personagens escabrosos. Fico na torcida para que o menino coloque a cabeça no lugar e volte a jogar no Mengão. Se um dia quiser sair, que vá pela porta da frente. Afinal de contas ele tem direito de jogar onde bem entender, Mas assim como direito ele tem deveres. E se o clube estiver realmente cumprindo com suas obrigações, ele precisa cumprir com as suas.
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