Mesmo depois de efetivado como técnico do Vasco, Paulo Autori mantém o discurso firme quando o assunto é atraso de salários. O comandante, que chegou ao clube com a condição de que seu trabalho não fosse prejudicado pelo descumprimento dos pagamentos em dia, declarou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (01), na sede do clube, em São Januário, que não vai conviver com o problema. Atualmente, o Cruz-maltino ainda deve dois meses de salários a seus funcionários.
- Isso não pode acontecer. Temos que parar de ouvir que os clubes do Brasil atrasam. E o Vasco, claramente, é um deles. Isso é um ciclo vicioso. Muita gente entra para administrar o clube com a maior boa vontade, fazendo as coisas certas, enxugando. E daqui a pouco os resultados não vem e imprensa e torcida, claramente, começam a pedir jogador. Com isso, a equipe perde o foco e tem que contratar jogador sem ter condição de pagar. Isso vira uma bola de neve, um ciclo vicioso. Então, tem que ter coragem para chegar e dizer que não é possível, porque senão vai arrebentar com a instituição e ela está acima de qualquer um. Temos que ir nessa linha. Não vou conviver com isso. É uma situação que vai acabar. Não aceitei vir para o Vasco da Gama se fosse para continuar na mesma situação que estava. Isso para mim é um ponto fundamental. Vou ser muito exigente com relação a isso - disse Autuori.
O treinador falou também sobre a situação do atacante Eder Luis, que vem sendo perseguido por grande parte da torcida. Na visão de Autuori, o camisa 7 tem sido sobrecarregado e só poderá mostrar seu melhor futebol quando a equipe se acertar coletivamente.
- A questão é que se o Eder sair do Vasco, uns quatro ou cinco clubes de top querem ele. Tem que saber exatamente o problema que ele está passando. Isso é uma situação dentro do futebol normal. Cabe a nós e ao grupo dar condições a ele. O que não pode também é: roubou a bola, tocar para o Eder, roubou a bola, tocar no Eder. Ninguém aguenta isso. Temos que jogar mais coletivamente como um todo e fazer ele mostrar sua rentabilidade. Nos jogos que eu pude ver, agora que eu cheguei, toda hora ele era válvula de escape. O cara tem que ir lá tentar fazer o gol, resolver a jogada e voltar para ajudar a marcação. Não é ele nem ninguém. Esse é um trabalho que a gente tem que fazer até pela ideia de fazer uma base de um coletivo - afirmou o comandante.
O Vasco ocupa a lanterna do Grupo A da Taça Rio, com um único ponto conquistado. Nesta quarta, o Cruz-maltino enfrenta o Botafogo, líder, em jogo adiado da quarta rodada. A partida acontece em Volta Redonda, no estádio aulino de Oliveira, às 19h30.
Nenhum comentário:
Postar um comentário